quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Projeto subdesenvolvido de "craque"


Como torcedor do tricolor paulista não poderia deixar de opinar sobre o "caso Oscar".
O São Paulo F.C através de uma liminar conseguiu fazer valer seu contrato com o jogador Oscar. Mas sabemos que é só uma questão de tempo para o atleta e seu empresário conseguirem à sua liberação definitiva. São raríssimos os casos em que à FIFA da ganho de causa ao clube e não ao jogador. Para mim neste caso todos tem a sua parcela de culpa: jogador, empresário e clube. Esta claro nessa situação que o jogador foi mal assessorado. Jogador, mãe, empresário, advogado e clube sentaram e assinaram contrato, depois Oscar e seu empresário saem falando que foram enganados? Que profissional da área juridica é esse que não viu que o contrato prejudicava seu cliente?? A imprensa especializada anda dizendo que o São Paulo F.C não deu um aumento de salário previsto em contrato ao jogador mas, era só o empresário se reunir com a diretoria e pleitear o tal aumento. Mas ele preferiu ir direto a justiça exercer o seu direito. A impressão que fica é que Oscar e seu empresário estavam só esperando que o clube desse uma "brecha" para tomarem tal atitude. Para mim Oscar deveria falar à verdade: dizer que tomou tal atitude por que não estava sendo aproveitado na equipe principal. Se estivesse jogando, sendo titular em algumas partidas como o Dentinho do E.C Corinthians e Neymar do Santos não teria feito o que fez. Ja o Clube teve o que mereceu. Há algum tempo o São Paulo não utiliza jogadores da base como fazia na década passada, não se sabe o motivo. Esse acontecimento gera grande insatisfação por parte dos garotos de categorias inferiores. Aonde foram parar promessas como: Montezini, Alemão, Renatinho, Harrison e Alex Cazumba? Por que Aislam, Diogo, Mazolla, Léo Gonçalvez e SERGIO MOTA não jogam????
Oscar pensou só na parte financeira e não na profissional. O São Paulo no ano que vem volta ter uma equipe de Aspirantes comandada pelo Tecnico Marcos Vizzolli, o mesmo que ja treinou Oscar na base. As chances dele atuar no time de Aspirantes seria grande se não fosse esse processo.

Agora mais do que nunca, Oscar vai ter que jogar muito para provar para todos que não é mais uma promessa e acabar com a expectativa de "craque" gerada em cima dele, igual fez a diretoria alvinegra com Lulinha. A diretoria sãopaulina que se cuide ou vai ser alvo de uma "debandada" de outros jogadores.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

WCT 2009


O campeão do WCT(Word championchip tour)em 2009 foi com o australiano Mick Fanning (foto), mas na minha opinião tinha que ser outro "aussie", Joel Parkinson. Parko como é conhecido na Australia, obteve boas colocações ao longo do ano no circuito. Chegou à ganhar até tres etapas, mas depois foi muito irregular no circuito. Num campeonato onde se tem grandes adversários como, Taj Burrow, Kelly Slater, Bobby Martinez, Bede Durbide não se pode "amarelar". O título esta em boas mãos, mas gostaria que Joel, Taj ou Adriano"mineirinho" de Souza tivessem ganhado, para o WCT terem diferentes ganhadores em sua história. Mas independente de qualquer coisa o "caneco" esta em boas mãos. Congratulations Mick Fanning!!!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Panetone sabor Mensalão


Há dias atras novamente estourou mais um escandalo de corrupção ou "mensalão" no Brasil. Para falar a verdade não me surpriendi nenhum pouco, acho até que demorou para acontecer se tratando do partido em que pertence o principal envolvido. Mas o que mais me deixou "abismado" foi ver na TV simpatizantes do governador de Brasília indo pra rua defende-lo e ele ter falado que o dinheiro era para comprar panetone!Rsrsrsrsr... A parte boa da história: o povo indo pra rua protestar contra a corrupção. O cenário foi igualzinho ao de uma guerra urbana. Até me pareceu que eram os estudantes das décadas de 60, 70, e 80 lutando por DIRETAS JÁ.

Racionais, muito mais que um grupo de rap



Poxa, parece até que foi ontem cara. Era 1988 o Hip-Hop nacional tinha acabado de nascer na estação São Bento do metro, centro de São Paulo. Eu tinha oito anos de idade escutava rádio e sempre ouvia em vários nomes do rap, como, Thaíde e Dj Hum, Pepeu, Mc Jack, Mister, Black Junior, Sampa Crew, Catito, Irmãos cara de pau, Geração rap entre outros. Mas tempos depois ouvi falar de uns caras que iriam revolucionar o rap nacional, eles eram o Racionais Mc´s. Nunca vou me esquecer desse dia. Meu vizinho(Cido) era mais velho do que eu uns cinco ou seis anos, e ja curtia à noite, sempre ficavamos conversando sobre bailes.Até que um dia ele me falou dos caras(Racionais) e me lembro que logo depois ele comprou um bolachão(disco de vinil) e mostrou me a capa. Era o album "Holocausto Urbano" a musica "Panico na zona sul" era o hit do momento. De lá para cá, ja se passaram mais de 20 anos e todos que curtem o som dos caras sabem da história de sucesso deles.

O importante não foram só as musicas, mas tudo que eles significaram pra todos da minha geração. Na minha opinião através do Hip hop, suas declarações e postura diante da mídia eles viraram porta vozes da periferia. Foram os únicos artistas negros que não esqueceram de suas origens, depois que atingiram o sucesso e que davam entrevistas(raras vezes)e falavam tudo o que nós negros sofríamos na sociedade.
Concientizaram o povo pobre que somos vítimas de um sistema capitalista e político preconceituoso, que não da a mínima importancia para a população carente e só se preocupa com seus benefícios próprios.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Exposição e decepção ao mesmo tempo


Há dois dias atras estava navegando na net, quando vi em um site que estava á mostra no Hsbc Belas artes, uma exposição sobre a marca de surfwear australiana Rip Curl. Fiquei super feliz, afinal de contas não é comum acontecerem mostras de uma companhia de esporte. Fui todo entusiasmado para prestigiar a mostra, pois gosto muito de surf e por que á entrada é gratis. Quando cheguei ao local a decepção foi enorme, não pelas obras expostas, e sim pela quantidade de peças, que era formada por fotos, troféus, pranchas e roupas de borracha. Por se tratar de uma das maiores empresas de moda surf, e por ja ter quatro décadas de vida, eu esperava muito mais. Até por que a grife contribuiu com a evolução do esporte no mundo e por patrocinar nove campeões mundiais, todos eles grandes lendas da modalidade.

Não sou crítico cultural, mas uma exposição que no prefácio fala que a empresa tem 40 anos, passou por muitas fases, possui mais de mil funcionários no mundo e que a idéia de viver um sonho é o conceito da marca que, consiste em histórias ligadas a surf, drogas, viagens, riscos, rock'n'roll, mudanças, bons e maus momentos e possui um acervo só 15 fotos, dois troféus, quatro pranchas autografadas e uma camiseta de lycra num quadro emoldurado pra contar toda sua trajetória? Na minha humilde opinião é muito pouco!!!!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Samba, agoniza mas não morre


Dia 02, de Dezembro, dia nacional do Samba. A pergunta que me faço é :temos motivos para comemorar? Estamos no século 21, para muitos sinonimo de transformação, mudanças, modificações, renovação, e para outros vivemos uma fase de "O que era bom ficou ruim". Falo do Samba, um ritmo musical que é um dos patrimonios nacionais. Surgiu das misturas entre estilos musicais africanos e brasileiros. O primeiro samba gravado foi "Pelo telefone", composta em 1917, por Donga e Mauro de Almeida. Esta presente em todo o país mas, foi no Rio de Janeiro onde nasceu e se desenvolveu. Teve seu augi nas décadas 60, 70 e 80 , hoje sofre com diversas modificações feitas ao longo do tempo. Não sou saudozista mas, acho que verdadeiras lendas da samba como, Pixinguinha, Noel Rosa, Cartola, Donga, Silas de Oliveira, Tião Pelado, Araci de Almeida, Candeia, Nelson Cavaquinho, Elton Medeiros, Rei Jordão, Adoniram Barbosa e Guilherme de Brito devem estar se revirando no túmulo e dizendo uns aos outros,"Estão tentando acabar com o samba". As vezes tenho a ligeira impressão que estão conseguindo
.
De vez em quando ligo o rádio e coloco em uma emissora, e fico torcendo desesperadamente para ver se toca algum samba e o que ouço é sempre a mesma coisa:o sambanejo. Uma mistura de samba com sertanejo, frases cansativas(te amo, te adoro, te quero)arranjos musicais que mais se parecem musicais natalinas e componentes de grupos que por suas roupas e músculos á vista mais se parecem com "Pit boys" ou "surfistas" que, ao invés de estarem com pranchas nas mãos, estão com cavaquinhos, pandeiro etc.

A geração de Cartola teve como substituto grupos como,Originais do samba, Fundo de quintal, Samba som sete, João Nogueira, Roberto Ribeiro, Agepe, Mauro Diniz, Jorge Aragão, Beth Carvalho, Leci Brandão, Zeca Pagodinho que por sua vez quem os substituirão? Belo, Boca loca, Cecel Muniz, Doce encontro, Inimigos da Hp, Turma do pagode, Sorriso maroto, Travessos, Pixote, Alexandre Pires etc.
Interpretes como Dudu Nobre, Diogo Nogueira, Quinteto branco e preto, Fabiana Cozza, Marquinhos Dikuã, Almirzinho são alguns guerreiros que continuam tentando arduamente levantar a bandeira do Samba de raiz.



O verdadeiro Samba de raiz, feito no quintal de uma casa com Violão, Bandolin, Pandeiro, Cuíca, Agogo, Surdão, Chocalho, Repique, Tamborim com aquelas senhoras(que tem idade para serem minhas avós), tiozinhos com a boca sem dente discriminados pela sociedade, cantados e tocados por amor de seus interpretes ficou no passado. Hoje o que se ve é um bando de marmajos com camisetinhas regata apertadinha, brinco na orelha, cabelinho com gel e moicano dizendo, "eu pagodeiro, pego as paquitas e ganho dinheiro".


A indústria fonográfica no meu modo de ver, tambem contribui para esse acontecimento, a partir do momento que produzem discos e "bandas" que cativam o público jovem.

Outro dia fui numa roda de samba com amigos. Depois de uns 30 minutos ouvindo o repertório do grupo que estava tocando, vi um rapaz pedir para o vocalista tocar uma musica do grupo Relíquia e ele disse que não conhecia. Fiquei pasmo!!! Como um cidadão se dispõe a entrar em uma roda de samba, e não conhecer uma composição de um grupo que tem um trabalho respeitado dentro do samba? Em seguida, eles só cantaram canções do momento.

Acho que ja imaginando essa "tentiva de distorção" ao samba, o cantor, compositor e ator Nelson Sargento compos em 1979 "Agoniza mas não morre". Ja Adilson Gavião, Sereno e Robson Guimarães fizeram "A batucada dos nossos tantãs". Na realidade são musicas que em suas letras relatam o momento atual que vive o samba. Faz tempo que não ouço um "samba de partido alto". Até por que os "grupos" atuais não o fazem. Infelizmente quando quero ouvir musicas antigas, tenho que recorrer a internet ou ir em lojas de cds e ficar garimpando.

Outra situação que me entristesse é o das escolas de samba. Foram criadas por pessoas de comunidades carentes, principalmente negros. Mas agora mais se parece com um "balcão de negócios". Um bando de gente aproveitadora, que desfilam para se promover, às custas de componentes que ajudaram na fundação da agremiação e trabalham duramente o ano inteiro no barracão, confeccionando fantasias. Essa gente atualmente só desfilam se for empurrando carros alegóricos, uma pena!

O guerreiro que vai à guerra


Frei Davi comandando milhares de militantes em todo o Brasil em prol das cotas

Por Luiz Augusto

São Paulo, sábado ,12h30, o sol está escaldante chego a sede da Educafro, na rua Riachuelo,45, na região central de São Paulo. Logo sou recepcionado por um rapaz chamado Marcos, um universitário que faz faculdade de Ciências Jurídicas através de uma bolsa adquirida graças a ONG. Digo a ele que quero falar com o frei e ele me encaminha para falar com Eduardo Pereira diretor da Educafro que, me diz “O frei esta um pouco atarefado mas se quiser pode esperar.”Foi o que fiz durante 2 horas, nesse tempo conversei com várias pessoas, assisti a uma reunião de novos alunos, li informativos, revistas, jornais e um livro sobre jornalismo até que fui chamado por uma funcionária que me pediu pra segui-la a uma sala, e depois falou-me”Desce as escadas e pode entrar na sala em frente”. Fiz o que ela me falou e cheguei a um escritório no subsolo que continha estantes com livros, mesas com computadores, quadros e cartazes afros.

Um minuto depois frei Davi chega, com seus 1, 68 m ,usando óculos de grau, com barba grisalha vestindo uma calça jeans, camisa de manga longa listrada nas cores branca e bege, camiseta preta por baixo e com sua voz grave me diz”boa tarde meu rapaz”. Logo começamos a conversar.


Seu nome é Davi Raimundo dos Santos. Ele nasceu em 17 de julho de 1952, em Nanuque, Minas Gerais. È frade franciscano da Ordem dos Frades Menores(OFM)na Província da Imaculada Conceição do Brasil. Formado em Filosofia e Teologia pelo Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis, com especialização em Teologia Sistemática na Pontifícia Universidade Nossa Senhora da Assunção de São Paulo. Ele tem mestrado em Teologia Litúrgica com ênfase em Inculturação, pela mesma faculdade, cursou as duas ao mesmo tempo. Entre, cursos, seminários, congressos, dos mais variados temas, foram mais de 25 participações.

Sofreu muito preconceito nos tempos faculdade e disse.”Sofri racismo na sociedade como um todo, não diferente do que é normal” Hoje vive em São Paulo para comandar da sede da sua ONG. Teve por muitas vezes vontade de fazer mestrado e doutorado mas disse a si mesmo.”Enquanto a maioria do povo negro não tiver acesso a mínima graduação, e igualdade de ensino identicos as dos jovens brancos da classe média, eu não tenho direito de continuar os meus estudos.”

Depois de tomada tal decisão, começou uma luta intensa no movimento negro que já dura 37 anos. Sentindo a necessidade de oferecer mais perspectivas para jovens e adultos carentes fundou a Educafro (educação e cidadania para Afrodescedentes Carentes) na Baixada Fluminense, subúrbio carioca. Encontrou alguns problemas para dar continuidade ao projeto e disse.” As dificuldades que apareceram foram de infraestrutura e financeira. Começamos numa sala dentro de uma igreja, com cadeiras, uma lousa, professores e coordenadores voluntários da própria comunidade, que hoje já conta com 230 núcleos espalhados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Em virtude de sua vida na militância já percorreu mais de vinte países como: Israel, Peru, Equador Bolívia, Estados Unidos, Cuba entre outros. Mas a viajem que mais se orgulha é sua ida para Guatemala, onde conheceu alguns descendentes dos Garifunas. Grupo étnico formado pelos escravos africanos Arauaqui e por índios Caraíbas.

Gosta muito de fazer leituras de livros sobre historias modernas, produções cientificas, religiosos, sociologia e jornais diários. Mesmo tendo uma historia de vida interessante, não gosta da idéia de escrever uma biografia sobre sua vida. È considerado para algumas lideranças afrobrasileiras como a maior liderança negra da nação, mas não se considera como tal e diz”. Não me considero como uma referencia, a consequencia disso é, que sou muito procurado por causa desse fato. Eu acabo tendo essa fama, pela atividade que faço, mas o nosso trabalho é voltado a servir uma causa do ensino”.

Foi entrevistado por diversos veículos de comunicação como, jornais, revistas, emissoras de TVe rádio. Diariamente é chamado para ministrar palestras, frequentar lugares requintados em todo Brasil. Mas o seu maior prazer é estar de perto, coordenando a sua ONG e ver que pessoas de todas as etnias que participaram dos cursinhos da Educafro conseguiram realizar o sonho de fazer um curso superior através de muita luta e garra e diz”Não me arrependo de nada que fiz, luto por um Brasil mais plural no ensino”.conclui.

sábado, 4 de julho de 2009

Mulheres sem distinção


Exposição fotográfica mostra mulheres de cinco continentes diferentes das mais variadas formas,sentidos etc...

Por Luiz Augusto

O que seria do mundo se não fossem as mulheres? São mães, avós, esposas, tias, filhas, irmãs, amigas e companheiras. Proporcionam a todos o bem mais valioso do ser humano: a vida. Jilian, estilista em Los Angeles, Rosie Marie, religiosa em Uganda, Bneita, vendedora de peças automotivas na Mauritânia. Todas tem em comum o seguinte fato: são sobreviventes.
Independente de suas diferenças vão desviando diariamente de vários obstáculos impostos por uma sociedade machista e opressora. Quem quiser ver a mulher de vários angulos na sociedade tem a oportunidade de apreciar a exposição “Mulheres do planeta” de Titouan Limazou, na OCA no Ibirapuera, São Paulo. Onde estão expostas mais de 3000 mil obras entre fotos, pintura, desenho e vídeos.

A exposição é um dos quarenta eventos que fazem parte do Ano da França no Brasil, ocupa uma área de, 6 mil metros quadrados, distribuídos em 4 andares. O nome da mostra fez jus ao conjunto de obras, que contem mulheres de todo o planeta, de todas etnias, profissões, classe social, sentimentos e opiniões. Do 1ºao 3 º andar exposição é dividida em painéis, cada um deles conta a história de uma ou duas mulheres através de fotos, pinturas e principalmente vídeos. Já no 4º andar esta expostas imagens de nu artístico que mostra a vida de profissionais do sexo e atrizes pornográficas, no outro lado retratos e textos que contam histórias de luta e vitórias de mulheres.

A primeira vista quem entra no local se depara com fotos coloridas de , grandes mulheres em várias situações. Mas não só as personagens chamam atenção mas, tambem a diversidade e as condições dos locais aonde as mulheres foram fotografadas. Ambientes como países em guerra, prostíbulos, acampamentos reservas indígenas, favelas, cavernas fazem parte da precariedade e casas luxuosas e prédios de alto padrão fazem parte do luxo.
As lentes das câmeras do autor focam pessoas que brigam pelos seus direitos mesmo morando em países onde colocam a mulher em situação de inferioridade e de subordinação, limitando sua autonomia, seu poder de escolha e de decisão. O exemplo mais comum é de países muçulmanos como a Indonésia,India em que a figura feminina não tem valor algum e a cultura local é de submissão total ao homem. A personagem Hirã, moradora de Rajastão na India pertence a uma casta de intocáveis fala que a sua própria sombra representa é motivo discriminação.

O objetivo do artista é mostrar o panorama feminino no mundo. Retratar alegrias e tristezas, conquistas e perdas. Traduzir seus dramas em arte. Através de entrevistas e depoimentos Titouan conheceu histórias tristes de mulheres que vivem em civilizações que as discriminam e privilegiam os homens. Mas também foi testemunha de mulheres militantes que não se deixaram levar pelo domínio masculino que são independentes que batalham por um mundo melhor. Com sua sensibilidade ele conseguiu entrar no universo feminino e ouvir verdadeiros “desabafos”, e o que mais importante: sem fazer juízo de valores.

Andando pelos corredores do pavilhão e visualizando as obras, percebe-se o contraste entre mulheres dos 5 continentes visitados pelo artista. Em alguns países do oriente médio e Ásia, a grande dificuldade das mulheres em trabalhar com arte, cultura, recreação e comunicação. Já em outras nações onde os costumes são ocidentais, mulheres são discriminadas mas, conseguem exercer suas profissões, expressar suas idéias e não se submeterem a mandos e desmandos masculinos, como a documentarista chinesa Yang Li Na que sonha em um dia sair de casa e filmar livremente sem ter medo o tempo todo.


Impressionados, admirados e surpresos


O público que prestigiou a exposição era variado. Adultos, idosos, jovens, crianças e estudantes. Muitos olhavam com admiração e espanto as diversas condições que a mulher vive mundo a fora.
O designer gráfico Cristian Reid, 21, gostou do nível de detalhamento das fotos. “Achei impressionante a resolução e nitidez das fotos. O artista procurou retratar a cultura de um lugar através das mulheres e posicionou bem os retratos para as pessoas não se habituarem com uma só cultura.”
O artista plástico Mauro Sergio Ramos, 28, gostou da montagem da exposição. “Achei ela bonita e bem montada. Vejo muito respeito e atenção as peculiaridades das pessoas, é um giro pelo mundo. Cada ambiente tem a sua beleza, mesmo tendo miséria e conflito. Ele somou duas coisas de bastante aceitação: beleza e mulher.”
Única mulher a ser entrevistada no local, a estudante de ciências políticas Paula Külne, 22, que mora na Alemanha, respondeu algumas perguntas sobre o evento e a atual situação das mulheres. "A exposição é muito impressionante pela sensibilidade dos desenhos, as diferentes vidas das mulheres. O autor não mostra só a beleza feminina mas, a sua personalidade e algo que elas tem a dizer em várias situações de vida. As mulheres tem bastante a melhorar na forma que é tratada. Os movimento femininos vão conquistar o mundo. A obra é magnífica."

O artista

O marroquino Titouan Lamazou, 54, não é só um fotografo. È também velejador, desenhista, pintor ou seja um artista completo. Com apenas 17 anos de idade entrou para conceituada Escola de Artes de Marselha. Passou por quinze países diferentes durante 8 anos. Ao longo desse tempo colocou a sua humildade em seus feitos e desenvolveu a habilidade de ouvir mulheres oprimidas que ao mesmo tempo contribuem a seu modo para melhorarem sua situação. Por causa de seu engajamento pela mulher criou a Lysistrata, uma ONG que luta pelos direitos femininos no mundo. Tem como objetivo informá-las através de palestras com educadoras e com suas ferramentas de trabalho. Ela esta presente em países da Europa, Ásia e América do Sul como o Brasil. Em virtude de suas expedições por diversos lugares, teve seu trabalho reconhecido ganhando em 2003 o premio de “Artista pela Paz’ concedido pela UNESCO(organização das nações unidas para a educação) e apoio financeiro da instituição.

Viagem ao Brasil

O Brasil também esta presente nas atividades do marroquino. No ano de 2004 quando esteve em território brasileiro e colocou em seu repertório a beleza feminina nacional. Percorreu os estados de Tocantins, Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Colocou em prática sua ambição de mostrar a mulher num contexto geral, ele fotografou, desenhou e ouviu de anônimas a famosas. Pelo lado das ilustres fez parte da obra a atriz Dercy Gonçalves (1907-2008) e a ex Ministra do Meio Ambiente Marina Silva que, em forma de texto tem sua história de vida contada que passa por dificuldades , lutas e vitórias. Em relação as desconhecidas, fizeram parte mais de 10 brasileiras mas, o relato mais interessante é da catadora de lixo reciclável “Tiane” que logo depois virou modelo fotográfica.

Exposição “Mulheres do Planeta”

Artista: Titouan Lamazou
Período expositivo: até 11 de julho de 2009
Local: Oca – Pavilhão Lucas Nogueira Garcez.
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Portão 3. Parque do Ibirapuera
Horário: das 10:00 às 20:00hs
Preço: Estudantes R$ 5,50/ Não estudantes R$ 11,00
Patrocínio: Bradesco/Natura
Apoio: Unesco


Histórias de mulheres




ENILDA LUCIA SUZART MEDRADO, divorciada, mãe de três filhos, formada em História pela Unifai(Centro Universitário Assunção) militante do movimento negro, fundadora do núcleo de mulheres negras da ONG Educafro. Mora na periferia do Município de Suzano.

A história de vida de Enilda começa em 1968 quando se mudou do bairro de São Miguel(zona leste). Tinha o racismo como lado a lado quando criança. Quando estudava a 7º serie do ensino fundamental foi reprovada pelo fato que alunos(todos brancos) de sua classe não queriam fazer trabalhos escolares com ela. Esse acontecimento gerou uma depressão que, a fez não freqüentar as aulas, e acabou reprovada. Estudou até o primeiro ano do ensino médio na década de oitenta. Com quinze anos parou de estudar pelo fato de não conseguir conciliar as duas coisas por muitas dificuldades. Sempre se considerou uma militante por ser a única mulher entre 8 irmãos homens e na adolescente por se indignar com as injustiças que acontecia no seu bairro.

Ao mesmo tempo que diversas vezes ajudava pessoas do seu bairro a conseguir moradia, teve um irmão assassinado. Trabalhou em muitas empresas metalúrgicas como ajudante, carregando peso. Depois de casada e com filhos adolescentes, terminou o ensino médio através do supletivo, logo depois fez curso de Turismo em Mogi das Cruzes.
Em muitas de suas andanças conheceu o professor História Evaristo Pinto(o maior ativista negro do Alto Tietê), em 2004 e por ele foi apresentada a Educafro, uma ONG que tem com objetivo inserir negros e pobres nas universidades. Dali em diante começou a militar pela causa do negro no Brasil. No segundo semestre do ano de 2005 começou a fazer faculdade de História. Militando dentro da ONG e sentindo a necessidade de ter mulheres discutindo o gênero feminino com recorte racial, criou o Núcleo de Mulheres Negras. Um grupo de mulheres que se reúnem para discutir problemas costumeiros na vida de mulheres, como: saúde feminina, racismo por serem negras, discriminações no mercado de trabalho e outros. Perguntada sobre o que acha da situação das mulheres no Brasil diz,” nós precisamos nos unir, concientizarmos, articular, e perder a vergonha de ser negra.”

A serviço da ONG já viajou para alguns lugares do Brasil, como: Brasília, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Uma de suas maiores alegrias como militante foi conhecer o Frei Davi(fundador da Educafro) e participar do Forum Social Mundial realizado em Porto Alegre em 2003. Lá conheceu diversos pessoas que como ela lutam por um país mais justo e igual para todos. Nos dia de hoje divide o seu tempo dando aulas, fazendo serviço voluntário e prestigiando o sucesso dos filhos que estão fazendo faculdade.

ISLENNE APPARCIDA DE CARVALHO, 51, auxiliar de enfermagem, funcionária pública,separada, mãe de 3 filhos, moradora do bairro de Itaquera, Zona Leste
Nasceu na Bela Vista e foi criada em Suzano.Batalhadora desde quando nasceu, Islenne nunca se abateu com as dificuldades impostas pelo destino. Já criança foi tingida por vários dramas. Quando nasceu, sua mãe queria jogá-la num córrego, mas foi impedida por uma senhora de 1,65 m de altura, a senhora Maria Leonor, hoje sua verdadeira mãe. Com 14 anos já trabalhava em fabricas de sapato no bairro do Brás. O pouco que ganhava só dava para ajudar a mãe a comprar comida. Era uma ótima aluna quando estudava mas, com o serviço teve que parar com os estudos por não agüentar de sono na sala de aula.

Quando completou 18 anos prestou um concurso para a secretária de saúde de São Paulo. Foi aprovada, a partir desse momento sua vida mudou. Logo em seguida se tornou funcionária do Instituto Pasteur na avenida Paulista. Casou-se grávida aos 21 anos, sete anos depois se separou . No ano de 1988 voltou estudar através do supletivo no, período noturno. Muitas vezes deixava seu filho com 8 anos sozinho em casa, num bairro perigoso da periferia paulista. Ao terminar os estudos conseguiu uma bolsa de estudos integral para cursar o curso de auxiliar de enfermagem. Depois de 2 anos se formou e, conseguiu emprego numa grande empresa hospitalar.
Atualmente trabalha em dois serviços, possui mais dois filhos frutos de outro relacionamento e luta pela vida intenssamente. Participa de uma Associação que defende os direitos dos funcionários públicos. Perguntada sobre o que acha das mulheres brasileiras diz,” temos muito a conquistar, só vamos fazer isso no momentos em que nos organizarmos.”

quarta-feira, 17 de junho de 2009

A MAIOR CATASTROFE ECONÔMICA DA HISTÓRIA

A crise financeira global que atinge o mundo inteira sem fazer
distinções, consegue fazer o Brasil entrar em parafusos


O assunto mais comentado durante os últimos meses é a crise economica mundial, que traz prejuísos a tudo e todos. Por mais que especialistas no assunto como economistas, empresários, administradores opinem sobre o assunto e apontem alternativas para a solução do problema, a situação continua a mesma: nada de melhora. A crise economica global esta no "auge" mas tudo começou no inicio da década no mercado imobilíario, quando o governo americano reduziu os juros para incentivar o consumo. Com juros de 1% nos financiamentos bancários, fez com que pessoas conssumissem mais. Muitos aproveitaram para financiar casar apartamentos, houve casos de consumidores que financiram dois imóveis. A consequência desse acontecimento foi o aumento da construção de casas por parte das construtoras e uma procura maior de residencias por parte de clientes.

Financiadoras e bancos fizeram empréstimos a vários americanos, que não honraram seus compromissos. Essa inadimplência gerou um efeito dominó. Consumidores não pagaram empréstimos a financiadoras, que não pagaram os bancos que faliram, governo aumentou os juros e os clientes passarma consumir menos. Tanto governo quanto empresas e clientes contribuiram cada um a seu modo para o surgimento da crise. Mas todos foram prejudicados. O governo dando muito dinheiro para as empresas na ntenção de ajudar elas a superarem suas dificuldades, as empresas abrindo falência, perdendo dinheiro e os trabalhadores sendo vítimas de demissões. Entre as empresas o caso que ficou mais famoso no mundo, foi o das tres maiores montadoras americanas de veículos: Chrysler, Ford GM. O governo americano através de empréstimos colocou uma quantidade alta de dinheiro nas três empresas, valores que ultrapassam os US$ 20 bilhões de dólares. Mesmo com quantias altas em seus cofres, demitindo muitos funcionários e apresentando planos de reestruturação, as fabricantes de carros não conseguiram se salvar da recessão.

A Chrysler inicialmente para não entrar em concordata tentou vender parte de sua ações para a italiana Fiat, estruturar suas dívidas e pegar empréstimos do governo em torno de US$ 4,5 bilhões de dólares. A GM que chegou a ser considerada a maior fabricantes de carros do mundo não resistiu a crise. Depois de várias tentativas de se estruturar diante da crise recorreu a concordata. Para uma reestruturação vendeu 60% de suas ações para o governo. Já a situação da Ford é mais "tranquila" que das concorrentes, começou a sua reestruturação antes da crise e está conseguindo reduzir seus custos.


Nem o esporte escapou da recessão

A crise não só no setor financeiro e automotivo, atingiu tambem divesas empresas de ramo de atividades diferente, como: pétrolifero, farmacêutico, calçado, alimentício, informatica e etc. Até o esporte não escapou dos sintomas da crise. No automobilismo, a Honda umas das maiores montadoras do Jãpão, suspendeu suas atividades na categoria Formula 1 e no mundial de motovelocidade, a montadora Kawasaki que tinha uma equipe oficial se retirou da categoria Moto GP por falta de recursos financeiros. O futebol, considerado o esporte mais popular do mundo, a recessão tambem chegou. Contratações de jogadores brasileiros que, eram feitas a peso de ouro por clubes de futebol europeus diminuiram. As poucas que são concretizadas são feitas por valores bem menores do que dois anos atrás. Até os ginastas Diego Hipólito, Daniele Hipólito e Jade Barbosa orgulhos do Brasil passaram por problemas em sua renovação de contrato. O Flamengo, clube que os patrocinava declarou que não renovaria o contrato dos atletas olímpicos por causa da crise que atingiu o clube.

O passado persiste em nos perseguir

O mundo inteiro está afetado de alguma forma pela crise financeira. Mas o mundo ja passou por um momento semelhante ao atual. Esse aconteceimento foi a crise de 1929. Ela durou de 1929 a 1934. Na segunda metade da década de 20, os Estados Unidos ja tinham a maior economia do mundo. O país estava crescendo e recebia grandes investimentos financeiros de outros países. O mercado financeiro americano crescia muito mas, o desenvolvimento das empresas não o acompanharam. Investidores vendendo ações da bolsa de valores, cotações de ações em queda e empresários suspendendo investimentos fez com que os Estados Unidos entrasse em crise. Um conjunto de medidas econômicas tomadas pelo presidente Franklim Delano Roosevelt que permaneceu por quatro anos fez com que o país superasse a crise e voltasse a ser uma das maiores economias do mundo.


Os sintomas da crise no Brasil

Os efeitos da crise no Brasil são devastadores, principalmente no mercado de trabalho. Vários postos de trabalho foram fechados, empresas faliram. As que não demitiram deram férias coletivas aos seus trabalhadores, algumas chegaram até encontratar-los, mas é um acontecimento muito raro. Empresas em todos os setores estão tentando de muitas maneiras sair da crise seja demitindo, reduzindo a jornada de trabalho, diminuindo o salário mesmo assim parece não estar adiantando. O empregado Roger Campos Machado,19, morador do J.d Nossa Senhora do Carmo, zona leste, trabalhou por dois meses em uma microempresa do ramo de autopeças com cerca de 300 funcionários. Perguntado sobre o motivo da demissão, falou que a empresa fabricava e vendia 100.000.00 peças por dia,e disse, "com as baixas vendas, as demissões foram inevitáveis e eu fui um dos demitidos". Em relação ao fim da crise disse "o Lula falou que a crise não iria chegar ao Brasil... . Algumas pessoas não estão muito preucupados com a situação. È o caso de alguns desempregados que foram demitidos de suas empresas. Eles acham que pelo fato receberem indenizações e seguro desemprego ganham uma sobre vida em relação às outras pessoas. O governo tem tomado várias medidas para sair da crise como renuncias fiscais para incentivo ao consumo, auxílio a bancos, diminuição de juros e redução de impostos sobre carros, eletrodomésticos, eletroeletrônicos mas até presente momento não surtiu efeito algum sobre os brasileiros.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

História e beleza à mercê de mendigos




Um dos monumentos mais importantes da cidade, o monumento Mãe Preta
se encontra em péssimas condições de preservação

Por Luiz Augusto


A cidade de São Paulo possui milhares de babás, na maioria delas mulheres negras que trabalham honestamente cuidando de crianças brancas em casas de famílias da mesma etnia. Diariamente, são discriminadas pela sociedade, são mal remuneradas e não tem seus direitos respeitados, mas só algumas delas sabem da existência de uma obra em homenagem a sua profissão. Essa obra e o monumento Mãe Preta.




Conhecido por muitos, apreciado por poucos, muitas pessoas não sabem que existe as poucas que sabem, não dão a devida importância. Diversos motoristas passam tão pressados pelo local com carros, motos e ônibus barulhentos que não vêem o monumento de uma mulher com seios grandes amamentando uma criança em plena praça pública a céu aberto no centro da cidade.


As poucas pessoas que chegam perto para apreciar, observam com olhar de admiração, esse é o sentimento a estátua. Uma mulher negra oferecendo leite a uma criança, essa é a visão que os pedestres tem à primeira vista. A obra está localizada atrás da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos em sua lateral esquerda, no Largo Paissandu, região do centro da cidade. Foi construída por Julio Guerra e inaugurada no dia 25/01/1955. A construção do monumento foram usados bronze e granito, suas medidas são: peça 2, 20mx 2,60 x 1,60. e o pedestal 1,44x 2,97 x 1,80.

Todo monumento tem como objetivo homenagiar uma pessoa pública acontecimento histórico e também tem a função de guardar na memória do povo, algum fato ou personagem que marcaram época. O monumento Mãe Preta foi esculpido em homenagem as escravas que ajudavam a criar e amamentar os filhos dos senhores do engenho no tempo da escravidão. Mães de leite eram comuns naquela época as escravas tinham seu trabalho aumentado cozinhando, lavando, e amamentando duas crianças ao mesmo tempo. A prática era tão grande que, autoridades fizeram um controle médico para evitar o contágio de doenças.

Quem teve a iniciativa de homenagear a obra, foram integrantes de um salão de baile da década de 50 chamado Clube 220. Frequentado por negros que se reuniam para dançar samba rock, e presidido na época por Frederico Penteado era localizado no edifício Martinelli no centro da cidade, que por sua vez levaram a proposta para vereadores da cidade que discutiram o assunto que em seguida virou projeto e foi aprovado.

O local possui ao seu redor comécios de de diversos tipos.Apesar de várias pessoas transitarem pelo local aonde se encontra a estátua, são poucas as que param para apreciar e tirar fotos da obra. Alguns motivos que fazem as pessoas não pararem, alguns são: furtos, roubos, usuários de drogas, lixo, forte cheiro de urina e
fezes, e a grande quantidade de mendigos que permanecem no lugar. Cansado de ver a prática de vandalismo no local e revoltado com o descaso das autoridades,o jornaleiro Luís Pumba,47,


dono de uma banca de revistas e filmes antigos no Largo Paissandu há 30 anos, fala que a falta de conservação por parte da prefeitura é muito grande e diz que os drogados e mendigos fazem suas necessidades em cima da estátua e jogam lixo em volta dela e também quando o Pitta(ex prefeito da cidade)tinha uma grade com mais de 2 metros de altura que, cercava o monumento, mas quando a Marta(ex prefeita de cidade) entrou ela tirou. Porém, sua esposa Elisabete Gomes Mota, 36, fala que o que estraga a conservação do monumento são os moradores de rua e diz os assaltantes espantam os
visitantes do monumento já foi feito até um abaixo assinado no ano passado e levado para a subprefeitura da sé, mas não adiantou nada.

O monumento é bonito, a estrutura é boa, mas a ausencia de conservação, mau cheiro,falta de segurança é demais. Só as pessoas que moram ali é que ficam ao lado do monumento, o resto nãopara ali para tirar fotos com receio de serem roubadas, diz Alex Silva, 25, ambulante
que passa pelo lugar há sete anos. Questionado sobre qual a solução para o problema Alex disse:” precisaria de uma reforma completa na praça e um espaço livre em torno do monumento”.

A estátua foi tombada pelo CONPRESP (Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico de São Paulo) em 2004 pelo seu valor cultural, mas isso não impede que ela esteja em péssimo estado de conservação.

A falta de limpeza e conservação no monumento Mãe Preta tão grande que os dizeres "Na escravidão do amor, a criar filhos alheis, rasgou qual pelicano as maternais entranhas, e deu a pátria livre, em holocausto, o seios " gravados no pedestal da obra é muito ruim de enxergar e entender, pelo fato do pedestal estar muito Pedestal da obra sujo. Algumas pessoas que passam pelo local durante o dia e colocam flores, rosas e dinheiro que são furtados pelos mendigos.

Quando escurece a situação fica ainda pior, a iluminação precária, a falta de policiamento e a grande quantidade de mendigos, usuários de drogas e ladrões que ficam em volta do monumento formam uma perfeita combinação que fazem com que as pessoas evitem ao máximo transitar pelo local. Segundo Elizabete á noite ficam mais de 40 pessoas entre mendigos e drogados, e eles transformam o lugar num verdadeiro inferno, fazem fogueira, usam e traficam drogas e ainda, argumenta.” a policia passa e só olha”.


O escultor

Nascido e criado no bairro de Santo Amaro, zona sul da cidade de São Paulo, o escultor Julio Guerra tinha como inspiração as ilustrações da revista Malho. Entrou em 1930 para a faculdade Belas Artes. Nove anos depois ganhou um prêmio e foi estudar na Itália. Por causa de seus trabalhos se tornou assistente de Vitor Brecheret (na construção do monumento Duque de Caxias) e chegou a fazer esculturas funerárias no inicio de sua carreira. O artista esculpiu várias obras como bustos, estátuas e painéis, mas sua obra mais famosa foi o monumento Borba Gato com mais de dez metros de altura e que pesa 40 toneladas localizada na Avenida Santo Amaro, foi construído em sua casa e demorou seis anos para ser esculpido. Seu trabalho era voltado para uma linguagem figurativa. Morreu aos 89 anos no ano de 2001.


Programa de Manutenção


O DPH (Departamento de Patrimônio Histórico) possui o programa “Adote uma obra artística". O projeto existe há nove anos e tem convênios com grandes empresas e empresários. Têm o objetivo de precuperar obras em péssimo estado de conservação. No caso do monumento Mãe Preta é o grupo Votorantin que está encarregado de fazer a manutenção e restauração dessa e mais dezessete obras. Mas o fato do monumento estar sobre a os cuidados de empresas privadas não significa que ele fique limpo diariamente. Maria Angélica responsável pela irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos fala que a placa de preservação de empresas existe mas, não é feita conservação alguma e diz “se não colocarem uma grade cercando a praça e o monumento, ela vai continuar servindo de cassino para os mendigos”.


Descontentamentos

Apesar do monumento homenageando um acontecimento do período da escravidão, ter sido idealizado e simbolizado na conquista da comunidade negra, pessoas ligadas a entidades negras fazem críticas a homenagem. Alguns criticam a forma como a mulher foi retratada, outros queriam ver mais negros homenageados. O professor de História e militante do Movimento negro Evaristo Pinto, fala que o monumento retrata a forma animalesca com que as mulheres negras eram tratadas. Ela não tinha diferença alguma em relação a um animal como: vacas e cabras. Quanto a preservação ele diz "a preservação dos monumentos é feita de acordo com a sua importância". Já Maria Angélica ex freqüentadora do Clube 220 e, que esta no local a 57 anos diz" o monumento é louvável mas, a mulher negra deveria ser homenageada num contexto de vitória"


Fontes

Jornal Metro News Sul
Data- 18/05/1999

Diário Oficial
Data- 14/05-1988

Irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos

DPH (Departamento de Patrimônio Histórico)

Arquivo Histórico Municipal de São Paulo


sexta-feira, 5 de junho de 2009

COBERTURA DA VIRADA CULTURAL




SHOW DO NAÇÃO ZUMBI


São 10h45 da manhã do dia 3/4 e o calor está muito grande, a Praça da República (local do show) esta completamente lotado, ás pessoas se espremem umas as outras para verem o finalzinho da apresentação da banda paulista CPM 22. Exótico e diferente são duas palavras que definem o público do show. Pessoas com tatuagens, piercins, brincos, alargadores de orelha, correntes no pescoço, cabelos arrepiados, compridos, moicanos, raspados e pintados,descamisados ou com camisetas pretas de bandas de rock. Esse basicamente foi o visual do público. A grande maioria era de pessoas das tribos de rock e reggae e com os fãs da banda conviveram em harmonia sem nenhuma briga durante todo o show. Ás 10h58 o show do CPM 22 termina e grande parte do público vai embora, principalmente o público feminino adolescente e pais que estavam acompanhando seus filhos (crianças e adolescentes) no show eram presença marcante e também muitas pessoas se dispersaram. No intervalo entre as apresentações das duas bandas, as pessoas esperavam o próximo show e iam aquecendo ouvindo músicas tocadas pelos DJS do palco de bandas como: Áudioslave, Nirvana, Kiss, Ramones entre outras. Ás 12h15 a banda Nação Zumbi sobe ao palco com atraso de 15 minutos para apresentar um repertório variado entre seus maiores sucessos e músicas de seu ultimo Cd. As cinco primeiras músicas empolgam a platéia, Lucio Maia vocalista da banda disse. "O pessoal de São Paulo convidou a gente para o carnaval paulista" e em seguida cantou a musica "carnaval" do disco "Fome de tudo" e em seguida "Zumbi e Lampião" que levantou a platéia que, cantava o refrão que levava o mesmo nome da música.
Perguntados sobre o que estavam achando do show e qual a sua opinião sobre o evento, o balconista e estudante de farmácia Dominique Lupierre, 22, morador do bairro Vila Lurdes disse”O show foi muito, eu assisti ao Cordel de Fogo Encantado, Tim Maia Racional e Tribo de Jah, já venho á tres anos e nunca me decepcionei”. Já o vendedor Anderson José de Souza, 29, morador de Guaianazes disse.”O show esta perfeito, tem bem menos brigas que nas edições anteriores, mas seria interessante levar atrações como essas para a periferia” "Quem não gosta de reggae, bom sujeito não é" essa frase dita pelo vocalista da banda fez a platéia rir muito durante o show. Usando diversos instrumentos musicais de percussão como triângulo, zabumba, atabaques, ganzá, bango, chocalho e bateria, a banda pernambucana ia contagiando a galera, com suas fortes batidas, composições que tem nas letras influências regionalistas e temáticas nordestinas. O percussionista Gustavo da Lua tocava dois chocalhos sem forma de mísseis o que foi motivo de comentários entre todos que ali estavam, juntamente com os outros percussionistas da banda eles interagiam com a platéia. Eles tocavam e quando paravam a platéia batia palmas, em seguida ele disse, “Já tão bons para tocar com a gente” Antes de cantar a penúltima que foi "Maracatu Atômico" o líder da banda retribuiu o convite feito no começo da apresentação chamando o público para o carnaval de Pernambuco e falou da mistura entre Manguebeat, Rap, rock e frevo. A apresentação da Nação Zumbi terminou ás 13h01, com um repertório de 14 músicas e a última foi a música "Quando a maré encher" do disco “Nação Zumbi.”

DJS ADRIANO PS e MAU MAU





Diversidade foi a palavra de ordem na festa de música eletronica que ocorreu na rua 15 de novembro. Mulheres, homens, brancos, orientais, gays, lésbicas, adultos, adolescentes pessoas de todos os tipos dançavam intensamente ao som das batidas das musicas do Dj Adriano Ps. A alegria contagiava a todos e muitas mulheres bonitas prestigiavam a festa. Apresentação do DJ Adriano Ps pelo guia da Virada Cultural estava previsto para ter inicio ás 20h00, mas começou as 21h00 e a do Dj Mau Mau ao invés de começar as 02h00 começou as 22h00, não se sabe o porque jovens, adultos da troca de horário.
As esquinas das ruas 15 de Novembro, 3 de Novembro e do Comércio foram completamente tomadas por uma multidão de pessoas que, transformaram as tres ruas em uma verdadeira festa Rave (festas de musica eletronica feitas em sítios) com tudo o que tinha direito. Mas um dos pontos negativos do local da festa e adjacencias era a sujeira que possuia todos eles. O lixo que era visto no chão, foi jogado pelos próprios frequentadores da festa que era feito de garrrafas pets, papeis, panfletos, latinhas de alumínio, sacolas plásticas etc.
Perguntado sobre qual a estimativa de público, um cabo da P.M que não quis se identificar falou que ali tinha aproximadamente 25 mil pessoas. já o balconista Felipe Freire de Aguiar disse “ A festa esta muito legal, mas as brigas e o consumo de drogas atrapalham o ambiente”.
O consumo de álcool e drogas como lança perfume, maconha, cocaína e êxtase era muito grande, se via várias pessoas sentadas e deitadas no chão da rua 15 de Novembro e nas portas dos comércios, todos por embreagues ou sobe efeito de drogas. Menores e
adultos tinham muita facilidade para comprar bebidas alcoólicas marreteiros vendiam livremente garrafas de vinho de 1 litro a R$ 5,00 cada e também passavam entre a multidão como verdadeiros garçons oferecendo uísque com energético em cima de suas bandejas á R$ 5,00 a dose. O fácil acesso a bebidas e o baixo preço delas faziam com que as pessoas ficassem bêbadas facilmente e criassem confusões.
Ás 22h00 o DJ Mau Mau assume as pick ups e com seu Drum bass, techno House, trance, tribal e progressive faz com quem ninguém ficasse parado. Vários tumultos ocorreram por voltas das 23h10P.M por causa de inumeros incidentes ocorridos como furto de celulares, carteiras, bonés, cameras digitais etc. Por volta de 12h55P.Uma briga envolvendo dois grupos com cerca de dez integrantes de cada lado assustou a todos
por alguns instantes. Quanto mais o tempo se passava, mais o local da festa ficava cheio, intransitável e aumentava o empurra, empurra, até que ás 01h15 ficou impossível permanecer no local.

SHOW DE ROBERTO FREJAT



Ao chegar ao SESC Itaquera no dia 3/4 ,ás,14h45, encontrei uma situação no mínimo inusitada: a combinação da natureza, boa musica e um lindo sol. Essa mistura transformou o show de Roberto Frejat num verdadeiro espetáculo musical . O show estava previsto para começar as 15h00, mas começou com oito minutos de atraso. O cantor e sua banda subiram ao palco numa entrada triunfal com todos vestidos de roupa social preta. Na entrada foi cobrado R$ 6,00 para quem não sócio do clube e R$ 3,00 para sócios e estudantes com a carteirinha de estudantes na mão . Segundo um funcionário do SESC, a capacidade máxima do local era de 60 mil pessoas, mas estavam presentes no show cerca de tres mil pessoas. O público era diferente de outros e ventos da Virada Cultural, tinha casais de namorado, idosos, adultos e adolescentes e pessoas com traje de banho vindos do complexo áquatico, que faz parte do mesmo local. O ambiente é familiar e bem mais tranquilo do que em outros e ventos da Virada Cultural, totalmente limpo. O cantor que estava acompanhado de quatro músicos: Bili Brandão (guitarra), Marcelinho Costa (bateria), Bruno Miliari (baixo),Mauricio Barros (teclado), abriu o show com as canções"Dois lados","Eu não quero chorar mais", Intimidade entre dois estranhos" e mais algumas musicas de seus dois trabalhos solo. O show foi agradável não só pela atração, mas também pelas condições e estrutura que o local oferece ao expectador. O som estava bastante alto, o lugar em que é montado o palco proporciona ao público uma boa acústica, a grade de proteção fica a pouco mais de tres metros do palco do show. Com sua guitarra tocando suas baladas românticas, o compositor levava casais e a platéia feminina ao delírio, alguns fãs do romantismo e das composições que falam de situações amorosas e outros fãs desde a época do Barão Vermelho. Ás 15h21 o cantor cantava a música "procuro um amor" em seguida "Amor meu grande amor" de Ângela Ro Ro, um grande sucesso da Banda Vermelho. Com o sol escaldante sobre a cabeça das pessoas Frejat diz, " sempre tive vontade de cantar essa musica desde de a primeira vez que a ouvi" a musica era "Mais uma vez", uma composição de Renato Russo, a platéia inteirinha cantou a letra, em seguida ele cantou "Sobre nós dois","Homem não chora" ,"Vambora" uma composição e sucessode Adriana Calcanhoto e "Hoje eu acordei".
Alguns fãs foram entrevistados como o mensageiro Jaimer Borges da Silva, 45, morador da Vila Formosa disse”Estou gostando muito, mas deveria ter uma arquibancada, mais atrações desse nível como Caetano Veloso e Gilberto Gil e maior divulgação sobre o evento”, já o professor de cursinho Alex Perroni, 37, morador do centro disse” Já acompanho a carreira do Frejat á muito tempo, a intenção da prefeitura é boa, mas pela quantidade de pessoas já começa a ter problemas de infraestrutura”. O por do sol ia aparecendo e a temperatura caindo quando o compositor começou a cantar alguns sucessos do Barão Vermelho como"Beth balanço" em que todas as pessoas cantavam com o maior entusiasmo. Alguns pessoas presentes estavam com camisetas estampadas do cantor e sua banda, Lps antigos de quando ele e Cazuza faziam parte da mesma banda. A apresentação continua e o cantor canta "Por você" troca a guitarra pelo violão, a galera toda canta e pula, em seguida ele fala "Fiz uma musica com o Cazuza e esqueci da letra, me ajudem a cantar" a musica era "Malandragem" um grande sucesso na voz de Cássia Eller e depois "Amor pra recomeçar". O cantor fala "obrigado" e recebe palmas da público e diz"esse é o melhor presente que nós poderíamos ter recebido depois de uma longa turne pela Europa" e canta "Mais uma dose" Frejat fala obrigado emanda muitos beijos e sai do palco, os fãs pedem bis por 2 minutos e ele volta e canta "Exagerado" e todo mundo pula do chão e foi a última música, o show terminou ás 16h33 com todos que estavam presentes satisfeitos coma performance do cantor.

sábado, 30 de maio de 2009

REALIDADE E ATRIBULAÇÕES DE UM ESTUDANTE

CRÔNICA

Por Luiz Augusto

Eu lia livros, revistas, jornais e assistia a muitos programasde TV e tambem ouvia de manhã no rádio o programa doNarciso Vernizzi, até que um dia me perguntei: o que eu vou fazer comtanta informação? Pensei, pensei e resolvi cursar facul-dade de jornalismo. Mal sabia eu, o que me esperava. Ouvia as pessoasfalarem de universidade e logo pensava: deve ser da ho-ra fazer faculdade. Mas quando entrei para universidade percebi que oburaco era mais embaixo, a começar por ter de acordarcedo, trabalhar e depois ir estudar á noite.
Em plena manhã pego a lotação e logo sinto um bafo de maconhaterrivel, quando chego a estação do metro as 6h00 damanhã me deparo com centenas de pessoas a espera do "cata gente". São35 minutos de viagem até o meu destino, nesse tempo voume sentindo uma verdadeira sardinha em lata. Trabalho 8h por dia, edepois la vou eu de novo andar de "cata gente" para ir afaculdade,quando chego a faculdade materias, matérias e mais matérias.
Várias situações acontecem na vida de um universitário como,mensalidade atrasada, notas baixas,chuva, frio, aumentodo preço da mensalidade,aborrecimentos com colegas por causa deatividades, falta de dinheiro para comprar livros, ficar comfome na aula, chegar tarde de casa e outras mais. Ao longo do tempopercebi que, fazer faculdade é mais do que nada ser gue-rreiro,ter um objetivo, nunca desistir dos seu sonhos, não deixar queas dificuldades te façam parar de lutar e ter fé queum dia esse esforço vai ter retorno.
A realidade da vida de um estudante é cruel.Sonhos edificuldades andam com ele lado a lado.Chego a conclusão que te-mos que levar a frase "eu sou brasileiro e não desisto nunca" ao pé da letra

Eu lia livros, revistas, jornais e assistia a muitos programasde TV e tambem ouvia de manhã no rádio o programa do Narciso Vernizzi, até que um dia me perguntei: o que eu vou fazer com tanta informação? Pensei, pensei e resolvi cursar faculdade de jornalismo. Mal sabia eu, o que me esperava. Ouvia as pessoas falarem de universidade e logo pensava: deve ser da hora fazer faculdade. Mas quando entrei para universidade percebi que oburaco era mais embaixo, a começar por ter de acordar cedo, trabalhar e depois ir estudar á noite.
Em plena manhã pego a lotação e logo sinto um bafo de maconha terrível, quando chego a estação do metro as 6h00 da manhã me deparo com centenas de pessoas a espera do "cata gente". São 35 minutos de viagem até o meu destino, nesse tempo vou me sentindo uma verdadeira sardinha em lata. Trabalho 8h por dia, e depois la vou eu de novo andar de "cata gente" para ir afaculdade, quando chego a faculdade materias, matérias e mais matérias.
Várias situações acontecem na vida de um universitário como, mensalidade atrasada, notas baixas,chuva, frio, aumento do preço da mensalidade, aborrecimentos com colegas por causa de atividades, falta de dinheiro para comprar livros, ficar com fome na aula, chegar tarde de casa e outras mais. Ao longo do tempo percebi que, fazer faculdade é mais do que nada ser gue-rreiro, ter um objetivo, nunca desistir dos seu sonhos, não deixar que as dificuldades te façam parar de lutar e ter fé que um dia esse esforço vai ter retorno.
A realidade da vida de um estudante é cruel. Sonhos e dificuldades andam com ele lado a lado. Chego a conclusão que temos que levar a frase "eu sou brasileiro e não desisto nunca" ao pé da letra.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

CONSELHOS PARA QUEM DESEJA SER UM BOM JORNALISTA

O primeiro dever de quem deseja ser um bom jornalista é não cometer erros de prosódia. Um bom repórter, certa ocasião, pronunciou assim, tres vezes, o adjetivo e substantivo"perito", num programa de rádio:périto. Contei este fato ao programa Silveira Bueno, catedrático de Filosofia Portuguesa na USP, e ele me disse:

-Tais barbaridades são simplesmente espantosas e mostram imensa ignorancia de numerosos jornalistas. Silveira Bueno acrescentou:

-A expressão latina sine die, muito comum, significa "sem dia marcado". Daí vem frases como esta: "o encontro foi adiado sine die". Pois bem, um repórter usou a deste modo, pensando que é inglesa: saine dai...

O segundo dever de quem deseja ser um bom jornalista, é não ignorar o significado das palavras, é conhecer as suas sutilezas. Um bom jornalista não confunde amoral. Diversos povos primitivos eram amorais. Imoral é violar, por exemplo, os princípíos éticos de uma sociedade. Furtar é apoderar-se dos bens alheios, contra a vontade do dono ou sem que este saiba, mas deixando de lado a violencia. Roubar é subtrair com violencia, com ameaças. Despercebido se aplica á pessoa que não é notada, percebida. Desapercebido significa desprevenido ou desprovido: "em Los Angeles fiquei desapercebido de dólares". E possuir é se achar de posse de uma coisa temporária. Ter é ser dono legítimo de algo, de maneira completa.

Outro dever de quem quer pretende tornar-se um bom jornalista: conhecer as regras básicas de regencia verbal e de concordancia pronominal. Qualquer estudante de Jornalismo precisa saber quando o verbo é transitivo ou intransitivo,isto é, se ele, o verbo, não tendo sentido completo, exige um complemento (verbo transitivo), ou se, ao contrário, tendo sentido completo em si mesmo, dispensa o complemento (verbo intrasitivo), a idéia transita para o complemento: "Leio Luís de Camões, o nosso poeta" (Odilo Costa, filho, Boca da noite, Editora Salamandra, Rio de Janeiro, 1979, página 76).

No segundo caso (verbo intransitivo) a idéia não transíta entre o verbo e o complemento: "Um pé de milho nasceu no vaso".

A memorização de tais regras é fundamental para o jornalista escrever bem. Ignora-las é arriscar-se a partir frases a parir frases erradas, iguais a esta:"O rapaz lhe serve como criado".

Na acepção de estar a serviço de alguém, o verbo servir é transitivo direto. Portanto o correto é assim:"O rapaz o serve como criado".

Quem quiser tornar-se um bom jornalista deve também enriquecer o seu vocábulário, escrever com absoluta clareza a ter o senso crítico apurado, o dom da sín, a capacidade de saber usar com segurança, harmonicamente, esteticamente, os verbos, os advébios, as conjunções, os substantivos e os adjetivos.

Os jornalistas brasileiros, com raras exceções, nunca alcançaram prestígios como usuários da língua portuguesa. Quando Monteiro Lobato estava querendo torna-se um escritor dono do seu ofício- e para conseguir isto lia sem parar os livros d Camilo Castelo Branco- ele enviou a Godofredo Rangel uma carta, na qual confessou:"Tenho um inimigo á ilharga, que desfaz o que Camilo faz. É o jornal. Não dispenso a leitura diária de tres ou quatro desses infames massacradores da língua. Mas exercem uma função boa. Impedem-nos de nos afastar muito da realidade. Mesmo assim eu desejaria dispensá-lo. Mesmo assim eu desejaria dispensá-lo por alguns anos".

Escritor e jornalista, Fernado jorge é autor" Vida e poesia de Olavo Bilac", cujo 5º edição foi lançada pela Editora Século.

sábado, 25 de abril de 2009

ENTREVISTA



O MILITANTE

Aos 46 anos, Eduardo Pereira Neto é o diretor geral da ONG EDUCAFRO. Morador da zona sul de São Paulo, é administrador de empresas, palestrante, militante e ativista do movimento negro e social há quase 20 anos.
Eduardo expressa sua opinião acerca do ensino brasileiro e alguns temas polêmicos, como cotas nas universidades, estatuto racial e outros relacionados ao ensino no Brasil.

Por Luiz Augusto


1) Quando iniciou e de quem foi a idéia do projeto?

Eduardo:- O projeto está completando neste ano 12 anos em São Paulo e 17 anos nível no Brasil. Tudo começou no Rio de Janeiro, Baixada Fluminense especificamente em São João de Meriti quando um grupo de militantes da comunidade negra uniu-se com frei Davi. Desse modo, a pastoral da Igreja católica sentiu a necessidade de oferecer mais perspectivas para jovens e adultos daquela região tão
carente do Rio de Janeiro. Começaram numa Igreja; sala, cadeira e
lousa, professores e coordenadores voluntários da própria comunidade.
Foi expandindo-se com o nome P.V.N.C(Pré Vestibulares para Negros e
Carentes)e essa experiência deu certo vindo para São Paulo houve uma
expansão fenomenal de 184 núcleos com o nome EDUCAFRO(Educação e
Cidadania para Afro descendentes e Carentes.

2) Qual o objetivo do projeto?

Eduardo:- O objetivo central do projeto é capacitar, potencializar
negros e afrodescendentes em nossos cursinhos pré vestibulares
comunitários e fazer com que eles cheguem as Universidades com foco
nas públicas e temos as Universidades privadas parceira da EDUCAFRO
servindo de estratégia para os alunos não ficarem sem estudar e
provocar as universidades públicas.Outro objetivo que segue essa mesma
linha é a cultura de cidadania,além da potencializarão das matérias
especificas para o ingresso no vestibular, também damos uma grande
ênfase na cidadania,trabalhando pelo menos10 temas variaveis durante o ano
e dois fixos.

3) Qual o público alvo do projeto?

Eduardo:- São os afrobrasileiros em primeiro plano e os não
negros e pobres, os brancos pobres
jovens, adultos, mulheres, homens, deficientes físicos, índios
descendentes, e todos aqueles que são discriminados na sociedade
brasileira.

4) Para a EDUCAFRO o que é educação para todos?

Eduardo: - É a inclusão cada vez maior dos afrobrasileiros nas
universidades públicas,que como próprio nome diz estão para servir o
público e a maior parte da população que não é de alta renda; é de
baixa renda. Os negros em sua grande maioria são na baixa renda.
Educação para todos é criar instrumentos,possibilidades para que maior numero de afrobrasileiros consigam entrar na Universidade pública e também nas universidades
privadas com bolsa de estudo, lembrando que a bolsa de estudo não é
favor da universidade por que ela inserida na LEI de filantropia,
projeto do governo federal. Isso é um direito dos alunos negros e não
não negros de baixa renda.

5) Na nossa constituição educação é direito.Por que o
Brasil ainda é um país de analfabetos?

Eduardo:- A Universidade pública é elitista. No contexto
capitalista educação é um produto valioso e ele é sempre direcionado à
elite brasileira. A nossa constituição diz que direitos básicos e
fundamentais são habitação, lazer, cultura, saúde, e educação também é
um deles. Mas nem tudo que está na Constituição se cumpre. O que mais
nós vemos através da mídia é a contrariedade da Constituição. Nós temos
que fazer valer o que está escrito na constituição,pressionar nossos
políticos pra fazer as nossas leis. Isso é uma responsabilidade de toda
sociedade.
O trabalho da EDUCAFRO é reverter isso
capacitando, incluindo, conscientizando um maior número de
afrobrasileiros e pessoas de baixa renda a entrar na universidade
pública e tendo a particular como alternativa para pessoas de alta
renda.

6) O que você faria para o país ter uma educação que
beneficia a todos?

Eduardo:- Um conjunto de medidas, capacitação e
valorização da carreira de professores, salários dignos e estrutura
adequada para o ensino básico. Tornar a escola um espaço agradável para
os alunos. Abordar um pouco de consciência, cidadania e ética nos
pensamentos dos nossos governantes.

7) O que é ação afirmativa para a EDUCAFRO?

Eduardo:- Como o próprio nome diz é
afirmar, ponderar, capacitar aqueles que estão mais necessitados na
sociedade brasileira.

8) Qual a importância do PROUNI para EDUCAFRO?

Eduardo:- È mais um caminho de ponderamento para os
nossos alunos, para que também tenham o PROUNI como uma alternativa de
encaminhamento para a universidade.

9) Qual seria a medida de grande teor para o ensino básico?

Eduardo:- Seriedade por parte dos políticos e
governantes na elaboração anual de orçamentos municipais e estaduais

10) O que é Universidade para a EDUCAFRO?

Eduardo:- É o universo de compreensão, conhecimento e
soluções. Devia ampliar o universo de inclusão e diversidade para
que todos fossem contemplados.

11) Qual a sua opinião sobre o Estatuto da Igualdade Racial?

Eduardo:- Ele regula a participação do negro nos vários
espaços da sociedade brasileira.Seria um manual regulatório
interessante no sentido de sinalizar a ausência do negro em vários
espaços da sociedade brasileira, como na teledramaturgia.

12) Qual a sua opinião sobre o racismo que é praticado no Brasil?

Eduardo:- È um racismo camuflado, velado, indireto, subliminar. São instrumentos eficazes para você
diminuir o emprego entre os negros e pagar mau dando uma naturalidade
social. É o racismo mais perigoso do que o direto, transparente do que o
que é praticado nos EUA, África do Sul e países da Europa. “É cordial
mas, pelas costas é muito mais habilidoso”.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

MALCOLM X e MARTIN LUTHER KING


Dois líderes negros e duas formas diferentes de lutar pelos direitos dos negros americanos

Por Luiz Augusto

Malcolm X e Marthin Luther King foram dois líderes negros mundiais. Lutaram por suas convicções e incanssávelmente pelos direitos civis dos negros norte americanos na década de 60, mas percorreram caminhos diferentes para terem a consideração, conceito, idolatria por de alguns e reconhecimento e respeito por muitos.
Malcolm X teve uma adolescência problemática por causa de seus problemas com a Lei. Foi preso e dentro da prisão se converteu ao Islamismo e quando saiu começou a militar contra a segregação racial no Estados Unidos, possuia um discurso radical e extremista diante da supremacia branca e dos conflitos racias que abalava o país naquele momento.
Ja Martin Luther King diferentemente de seu "companheiro" de luta teve uma vida mais tranquila. Era pastor protestante, ativista político e formado em sociologia, tinha idéias pacifistas, um discursos paz e amor ao próximo, uma campanha de não violência, lutava com ações pacifistas, sonhava com integração racial entre negros e brancos e chegou a ganhar o Prêmio Nobel da paz em 1964.

Modos diferentes de lutar e fim trágico

O que os diferenciava tambem era a religião que cada um seguia, Martim L.King era da igreja protestante e Malcolm X era convertido ao islamismo. Duas pregações totalmente diferentes. Mas era na religião que eles encontravam forças para lutar contra o racismo e a opressão da maioria branca de seu país.
Ambos lutaram pelo direitos dos afrodescendentes norte americanos cada um a seu modo sem parar, e tiveram a morte como premio, os dois foram brutalmente assassinados aos 39 anos.

COTAS EM UNIVERSIDADES BRASILEIRAS

Por Luiz Augusto

As cotas são politicas de ações afirmativas, tem o objetivo de reparar danos e injustiças históricas. Foram criadas na Índia em 1946 para promover membros das castas intocáveis que são a minoria no país.
Politicas de ações afirmativas através de cotas são uma realidade no Brasil, ja foram adotadas em 25 universidades estaduais e 23 federais.
Depois que foi criada, as cotas foram aderidas por vários países, a expêriencia que teve o maior sucesso foi a dos Estados Unidos, onde á levaram para outros segmentos da sociedade como, industria cinematografica, propaganda, ensino e outros mais.
As universidades PUC e UERJ do Rio de Janeiro, são duas de algumas instituições de ensino mais conceituadas do país que aderiram ao sistema de cotas porem, ainda é um assunto polêmico na sociedade, grande parte da população do país é contra ou não tem opinião formada sobre o assunto.
Várias dúvidas se passam pela cabeça das pessoas em relação ao caso, como: As cotas vão favorecer negros e discriminar brancos? As cotas baixam o nível acadêmico? As cotas vão fazer da nossa uma sociedade racista?
Aqui no Brasil os defensores das cotas alegam que é uma forma de indenizar o povo negro pelo longo tempo de escravidão e, por tudo aquilo que os impossibilataram de brigar de igual para igual com povos de outras etnias. Já as pessoas que tem opinião contraria ao sistema de cotas, colocam vários motivos para as cotas não serem aprovadas, justicam dizendo que, perante a Lei todos somos iguais.
A realidade é que o Brasil precisa fazer mudanças urgentemente no ensino básico para que todos os brasileiros consigam entrar e permanecer na universidade para que ela seja mais diversificada.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Marcos Zibordi da dicas de como fazer boas reportagens e entrevistas

"Um bom texto é uma rebelião organizada"disse o jornalisra Marcos Zibordi em palestra ministrada no Centro Universitário Sant'anna, na última terça-feira,28/4,ás 19:30 no laboratório de informática do local. O evento contou com a promoção dos professores do Curso de Comunicação Social e teve participação de alunos do 3º,7º e 8º semestre de jornalismo.

Marcos Zibordi é formado em jornalismo pela UNESP de Bauru, faz mestrado em literatura sobre o movimento Hip-Hop em São Paulo. Já trabalhou como repórter nos jornais da cidade de Bauru, Gazeta do Povo de Curitiba e na revista Atualidades do Grupo Abril.
Atualmente trabalha como professor na Universidade Bandeirante de São Paulo(Uniban) e como jornalistas da revista Caros Amigos e Sem Terra.

Demostrando-se extrovertido e assumindo uma postura crítica, Zibordi falou como fazer boas reportagens e entrevistas. Segundo ele, a natureza da reportagem é uma boa leitura textual."Você é que a reportagem". Para o jornalista, escrever bem tem que prtaicar várias vezes, ter um vocabulário simples, ter um olhar crítico e o texto tem que cada vez menor e mais significativo.

Ex-funcionário do Grupo Abril, o jornalista falou tambem sobre alguns cuidados que se deve ter com entrevistas. De acordo com o jornalista, para entrevistar alguem é preciso estabelecer um diálogo, saber conversar com a pessoa antes da entrevista por pelo menos 30 minutos e jamais errar informações sobre o indivíduo.

Na palestra, falou sobre as faculdades de jornalismo e disse que os cursos deveriam ser mais completos, tendo como disciplinas matérias como: direito, sociologia, história, administração pública e outras. Para ele, o jornalista é um pesquisador antes de tudo,e que o jornalismo é um trabalho braçal, uma ciência aplicada, uma profissão em que tudo que você faz as pessoas olham.

Ele tambem se mostrou favor dom uso da internet em reportagens mas, ressaltou dizendo que o repórter tem ir para rua e fazer apuração de informações. Segundo ele, a internet é um território de liberdade. O jornalista finalizou e palestra cantando uma música do rapper Sabotage.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

EDUCAFRO, uma saída para afrodescendentes e carentes a exclusão do ensino


Por Luiz Augusto

O surgimento

Cansados da desigualdade social e ausência do poder público no bairro de São João de Meriti, na Baixada Fluminense no Rio de Janeiro, um grupo de militantes da comunidade e do movimento negro juntamente com Frei Davi e a pastoral da Igreja Católica sentiram a necessidade criar perspectivas para jovens e adultos negros e pessoas carentes da região. A idéia inicial se deu no ano de 1992, em uma sala dentro de uma igreja.
Começaram com algumas cadeiras, lousa, giz e professores voluntários da própria comunidade e foi se expandindo com o nome de P.V.N.C(Curisnho Pré Vestibular para Negros e Carentes). Essa experiência deu tão certo que cinco anos mais depois ela veio para São Paulo e teve uma grande expansão com cerca de 184 núcleos espalhados por todo o estado com o nome de EDUCAFRO(Educação e Cidadania para Afrodescendentes e Carentes).
A ONG é uma entidade coordenada pelos frades franciscanos juntamente com Frei Davi, que articulam uma rede de 256 núcleos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brasília.
Desde o surgimento do projeto, a rede de núcleos de pré-vestibulares cresce a uma taxa de 40% ao ano. Em São Paulo teve um crescimento de 46% em relação ao ano anterior,ou seja,a ONG passou de 184 para 256 nucleos localizados, sobretudo, nas periferias ds cidades e no interior do Estado de São Paulo. Dessa forma cresceu, proporcionalmente o numero de pessoas envolvidas nesse mutirão de educação alternativa, alcançando o numero de mais de 2.700 voluntários(coordenadores, professores e colaboradores).
Um dos maiores orgulhos foi o fato de mais de 7.360 alunos(negros, pardos, indigenas e brancos carentes) terem se matriculado no projeto. Desses aproximadamente 70% se transformaram em universitários no ano de 2008 matriculando-se em Universidades Públicas, em Universidadas Privadas conveniadas com a EDUCAFRO ou através do PROUNI (Proframa Universidade para todos) com bolsas de estudos de 50% a 100%.

Objetivos

O objetivo principal do projeto é a inclusão de afro brasileiros e pobres no ensino superior, capacitá-los através de dos cursinhos pré vestibulares para que possam chegar as universidades públicas e privadas por meio da educação e cidadania, bem como a luta contra discriminação étnica e pela defesa dos direitos humanos.

Como ser aluno?

Para ser aluno EDUCAFRO o interessado deve participar de uma reunião chamada"Encontros de Acolhida", depois ele é encaminhado para um núcleo mais próximo de cada e passa a ser um aluno do projeto. Cada aluno que ingressa nos, recebem uma apostila que contem dez temas fixos, falando sobre a historia do negro no Brasil e as dificuldades que ele encontra em função do racismo e temas que abordam a realidade do pré-universitário.

Convênios e Colaboradores

Todo esse trabalho não seria possível sem o convênio com algumas universidades. Como temos :

Universidade São Francisco (USF) www. saofrancisco.edu.br
FACULDADES ATIBAIA - FAAT http://www.faat.com.br/
Universidade Metodista de São Paulo http://www.metodista.br/
Faculdades Hoyler http://www.saopaulo.hoyler.edu.br/
Centro universitário Uniradial http://www.radial.br/


Sede Nacional-São Paulo
Rua Riachuelo,342-Centro,São Paulo-S.P
Fone:(11) 3119-1244/31063411
E-mail:educafro@franciscanos.org.br
Site:www.educafro.org.br

Lei Áurea, foi uma "vitória"para os negros?


Por Luiz Augusto


A grande maioria da população brasileira sabe o que significa a Lei Áurea, até por que é matéria para todas as pessoas que fizeram e fazem o ensino fundamental. Porém, o que poucos sabem é o que está por trás da assinatura da Lei Áurea.

A Lei Áurea aboliu a escravidão no Brasil em 13 de maio de, 1888, foi assinada pela princesa Isabel, mas não foi assinada de livre espontânea vontade. Muitos fatos acorreram nesse contexto de assinatura da lei antes da abolição dos escravos o Brasil estava sofrendo várias pressões por parte da Inglaterra que já tinha abolido a escravidão em 1883. Em virtude de vários acontecimentos a escravidão no Brasil estava chegando ao fim, era só uma questão de tempo. Duas leis precederam a libertação dos escravos, a Lei do Ventre Livre (1871) e a Lei dos Sexagenários (1885).

A Lei do Ventre Livre fixou que todos os filhos de mulheres escravas apartir daquela data eram considerados livres. Como entender a liberdade dessas crianças se suas mães continuavam escravas? Que tipo de proteção era assegurada a essas crianças? Quando crescessem que tipo de trabalho seriam destinadas? O que fariam depois?

A Lei dos Sexagenários fixou que, daquela data em diante, os escravos com mais de sessenta anos ficariam livres.Quando foi assinada a Lei Áurea, só 5% do povo negro vivia sob regime de escravidão. Os demais tinham conseguido a libertação por meio dos próprios esforços. Podemos dizer, no máximo, que a Lei Àurea serviu como estratégia para dar á população negra o respaldo da libertação com efeito jurídico. Não teve com preocupação fixar as comunidades negras na terra e garantir as terras nas quais ja viviam, direito reconhecido, na época, pelas próprias leis dos dominantes. Após a aprovação da Lei Àurea, surgiu um movimento que exigia que o governo "indenizasse" os senhores que haviam perdido seus escravos. Essa Lei foi a forma que os senhores donos de fazenda encontraram para jogar na rua os velhos escravos, doentes, e impossibilitados de continuar gerando riquezas para os donos, surgindo assim os primeiros registros de mendigos na ruas do Brasil. A grande intenção da sociedade branca era excluir, marginalizar, afastar o negro do direito á terra, á educação, aos cuidados na infância e velhice. Como uma pessoa com mais de sessenta anos poderia ficar livre? Como sobreviver nessas condições?

A partir do dia 13 de maio de 1888 os negros viveriam da própria sorte, passariam a conviver com o desemprego, com a informalidade, marginalidade, favela, ou seja, foram jogados á liberdade, ficaram a mercê da própria sorte. Mais que liberdade é essa? O que mudou de lá para cá? Será que mudou apenas o opressor? A real verdade é que a senzala do século XXI, são as favelas, as cadeias, a mendigância, o sub-emprego, o desemprego, esmola, o crime etc... Não temos que endeusar a princesa Isabel como algumas pessoas querem. Ela não assinou a Lei Áurea por vontade própria. Se dependesse dela talvez a escravidão no Brasil teria ido mais longe. O dia 13 de maio de 1888, é uma data importante para todos os afrodescendentes, mas não deve ser considerado uma vitória e servir de reflexão.