quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Projeto subdesenvolvido de "craque"


Como torcedor do tricolor paulista não poderia deixar de opinar sobre o "caso Oscar".
O São Paulo F.C através de uma liminar conseguiu fazer valer seu contrato com o jogador Oscar. Mas sabemos que é só uma questão de tempo para o atleta e seu empresário conseguirem à sua liberação definitiva. São raríssimos os casos em que à FIFA da ganho de causa ao clube e não ao jogador. Para mim neste caso todos tem a sua parcela de culpa: jogador, empresário e clube. Esta claro nessa situação que o jogador foi mal assessorado. Jogador, mãe, empresário, advogado e clube sentaram e assinaram contrato, depois Oscar e seu empresário saem falando que foram enganados? Que profissional da área juridica é esse que não viu que o contrato prejudicava seu cliente?? A imprensa especializada anda dizendo que o São Paulo F.C não deu um aumento de salário previsto em contrato ao jogador mas, era só o empresário se reunir com a diretoria e pleitear o tal aumento. Mas ele preferiu ir direto a justiça exercer o seu direito. A impressão que fica é que Oscar e seu empresário estavam só esperando que o clube desse uma "brecha" para tomarem tal atitude. Para mim Oscar deveria falar à verdade: dizer que tomou tal atitude por que não estava sendo aproveitado na equipe principal. Se estivesse jogando, sendo titular em algumas partidas como o Dentinho do E.C Corinthians e Neymar do Santos não teria feito o que fez. Ja o Clube teve o que mereceu. Há algum tempo o São Paulo não utiliza jogadores da base como fazia na década passada, não se sabe o motivo. Esse acontecimento gera grande insatisfação por parte dos garotos de categorias inferiores. Aonde foram parar promessas como: Montezini, Alemão, Renatinho, Harrison e Alex Cazumba? Por que Aislam, Diogo, Mazolla, Léo Gonçalvez e SERGIO MOTA não jogam????
Oscar pensou só na parte financeira e não na profissional. O São Paulo no ano que vem volta ter uma equipe de Aspirantes comandada pelo Tecnico Marcos Vizzolli, o mesmo que ja treinou Oscar na base. As chances dele atuar no time de Aspirantes seria grande se não fosse esse processo.

Agora mais do que nunca, Oscar vai ter que jogar muito para provar para todos que não é mais uma promessa e acabar com a expectativa de "craque" gerada em cima dele, igual fez a diretoria alvinegra com Lulinha. A diretoria sãopaulina que se cuide ou vai ser alvo de uma "debandada" de outros jogadores.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

WCT 2009


O campeão do WCT(Word championchip tour)em 2009 foi com o australiano Mick Fanning (foto), mas na minha opinião tinha que ser outro "aussie", Joel Parkinson. Parko como é conhecido na Australia, obteve boas colocações ao longo do ano no circuito. Chegou à ganhar até tres etapas, mas depois foi muito irregular no circuito. Num campeonato onde se tem grandes adversários como, Taj Burrow, Kelly Slater, Bobby Martinez, Bede Durbide não se pode "amarelar". O título esta em boas mãos, mas gostaria que Joel, Taj ou Adriano"mineirinho" de Souza tivessem ganhado, para o WCT terem diferentes ganhadores em sua história. Mas independente de qualquer coisa o "caneco" esta em boas mãos. Congratulations Mick Fanning!!!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Panetone sabor Mensalão


Há dias atras novamente estourou mais um escandalo de corrupção ou "mensalão" no Brasil. Para falar a verdade não me surpriendi nenhum pouco, acho até que demorou para acontecer se tratando do partido em que pertence o principal envolvido. Mas o que mais me deixou "abismado" foi ver na TV simpatizantes do governador de Brasília indo pra rua defende-lo e ele ter falado que o dinheiro era para comprar panetone!Rsrsrsrsr... A parte boa da história: o povo indo pra rua protestar contra a corrupção. O cenário foi igualzinho ao de uma guerra urbana. Até me pareceu que eram os estudantes das décadas de 60, 70, e 80 lutando por DIRETAS JÁ.

Racionais, muito mais que um grupo de rap



Poxa, parece até que foi ontem cara. Era 1988 o Hip-Hop nacional tinha acabado de nascer na estação São Bento do metro, centro de São Paulo. Eu tinha oito anos de idade escutava rádio e sempre ouvia em vários nomes do rap, como, Thaíde e Dj Hum, Pepeu, Mc Jack, Mister, Black Junior, Sampa Crew, Catito, Irmãos cara de pau, Geração rap entre outros. Mas tempos depois ouvi falar de uns caras que iriam revolucionar o rap nacional, eles eram o Racionais Mc´s. Nunca vou me esquecer desse dia. Meu vizinho(Cido) era mais velho do que eu uns cinco ou seis anos, e ja curtia à noite, sempre ficavamos conversando sobre bailes.Até que um dia ele me falou dos caras(Racionais) e me lembro que logo depois ele comprou um bolachão(disco de vinil) e mostrou me a capa. Era o album "Holocausto Urbano" a musica "Panico na zona sul" era o hit do momento. De lá para cá, ja se passaram mais de 20 anos e todos que curtem o som dos caras sabem da história de sucesso deles.

O importante não foram só as musicas, mas tudo que eles significaram pra todos da minha geração. Na minha opinião através do Hip hop, suas declarações e postura diante da mídia eles viraram porta vozes da periferia. Foram os únicos artistas negros que não esqueceram de suas origens, depois que atingiram o sucesso e que davam entrevistas(raras vezes)e falavam tudo o que nós negros sofríamos na sociedade.
Concientizaram o povo pobre que somos vítimas de um sistema capitalista e político preconceituoso, que não da a mínima importancia para a população carente e só se preocupa com seus benefícios próprios.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Exposição e decepção ao mesmo tempo


Há dois dias atras estava navegando na net, quando vi em um site que estava á mostra no Hsbc Belas artes, uma exposição sobre a marca de surfwear australiana Rip Curl. Fiquei super feliz, afinal de contas não é comum acontecerem mostras de uma companhia de esporte. Fui todo entusiasmado para prestigiar a mostra, pois gosto muito de surf e por que á entrada é gratis. Quando cheguei ao local a decepção foi enorme, não pelas obras expostas, e sim pela quantidade de peças, que era formada por fotos, troféus, pranchas e roupas de borracha. Por se tratar de uma das maiores empresas de moda surf, e por ja ter quatro décadas de vida, eu esperava muito mais. Até por que a grife contribuiu com a evolução do esporte no mundo e por patrocinar nove campeões mundiais, todos eles grandes lendas da modalidade.

Não sou crítico cultural, mas uma exposição que no prefácio fala que a empresa tem 40 anos, passou por muitas fases, possui mais de mil funcionários no mundo e que a idéia de viver um sonho é o conceito da marca que, consiste em histórias ligadas a surf, drogas, viagens, riscos, rock'n'roll, mudanças, bons e maus momentos e possui um acervo só 15 fotos, dois troféus, quatro pranchas autografadas e uma camiseta de lycra num quadro emoldurado pra contar toda sua trajetória? Na minha humilde opinião é muito pouco!!!!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Samba, agoniza mas não morre


Dia 02, de Dezembro, dia nacional do Samba. A pergunta que me faço é :temos motivos para comemorar? Estamos no século 21, para muitos sinonimo de transformação, mudanças, modificações, renovação, e para outros vivemos uma fase de "O que era bom ficou ruim". Falo do Samba, um ritmo musical que é um dos patrimonios nacionais. Surgiu das misturas entre estilos musicais africanos e brasileiros. O primeiro samba gravado foi "Pelo telefone", composta em 1917, por Donga e Mauro de Almeida. Esta presente em todo o país mas, foi no Rio de Janeiro onde nasceu e se desenvolveu. Teve seu augi nas décadas 60, 70 e 80 , hoje sofre com diversas modificações feitas ao longo do tempo. Não sou saudozista mas, acho que verdadeiras lendas da samba como, Pixinguinha, Noel Rosa, Cartola, Donga, Silas de Oliveira, Tião Pelado, Araci de Almeida, Candeia, Nelson Cavaquinho, Elton Medeiros, Rei Jordão, Adoniram Barbosa e Guilherme de Brito devem estar se revirando no túmulo e dizendo uns aos outros,"Estão tentando acabar com o samba". As vezes tenho a ligeira impressão que estão conseguindo
.
De vez em quando ligo o rádio e coloco em uma emissora, e fico torcendo desesperadamente para ver se toca algum samba e o que ouço é sempre a mesma coisa:o sambanejo. Uma mistura de samba com sertanejo, frases cansativas(te amo, te adoro, te quero)arranjos musicais que mais se parecem musicais natalinas e componentes de grupos que por suas roupas e músculos á vista mais se parecem com "Pit boys" ou "surfistas" que, ao invés de estarem com pranchas nas mãos, estão com cavaquinhos, pandeiro etc.

A geração de Cartola teve como substituto grupos como,Originais do samba, Fundo de quintal, Samba som sete, João Nogueira, Roberto Ribeiro, Agepe, Mauro Diniz, Jorge Aragão, Beth Carvalho, Leci Brandão, Zeca Pagodinho que por sua vez quem os substituirão? Belo, Boca loca, Cecel Muniz, Doce encontro, Inimigos da Hp, Turma do pagode, Sorriso maroto, Travessos, Pixote, Alexandre Pires etc.
Interpretes como Dudu Nobre, Diogo Nogueira, Quinteto branco e preto, Fabiana Cozza, Marquinhos Dikuã, Almirzinho são alguns guerreiros que continuam tentando arduamente levantar a bandeira do Samba de raiz.



O verdadeiro Samba de raiz, feito no quintal de uma casa com Violão, Bandolin, Pandeiro, Cuíca, Agogo, Surdão, Chocalho, Repique, Tamborim com aquelas senhoras(que tem idade para serem minhas avós), tiozinhos com a boca sem dente discriminados pela sociedade, cantados e tocados por amor de seus interpretes ficou no passado. Hoje o que se ve é um bando de marmajos com camisetinhas regata apertadinha, brinco na orelha, cabelinho com gel e moicano dizendo, "eu pagodeiro, pego as paquitas e ganho dinheiro".


A indústria fonográfica no meu modo de ver, tambem contribui para esse acontecimento, a partir do momento que produzem discos e "bandas" que cativam o público jovem.

Outro dia fui numa roda de samba com amigos. Depois de uns 30 minutos ouvindo o repertório do grupo que estava tocando, vi um rapaz pedir para o vocalista tocar uma musica do grupo Relíquia e ele disse que não conhecia. Fiquei pasmo!!! Como um cidadão se dispõe a entrar em uma roda de samba, e não conhecer uma composição de um grupo que tem um trabalho respeitado dentro do samba? Em seguida, eles só cantaram canções do momento.

Acho que ja imaginando essa "tentiva de distorção" ao samba, o cantor, compositor e ator Nelson Sargento compos em 1979 "Agoniza mas não morre". Ja Adilson Gavião, Sereno e Robson Guimarães fizeram "A batucada dos nossos tantãs". Na realidade são musicas que em suas letras relatam o momento atual que vive o samba. Faz tempo que não ouço um "samba de partido alto". Até por que os "grupos" atuais não o fazem. Infelizmente quando quero ouvir musicas antigas, tenho que recorrer a internet ou ir em lojas de cds e ficar garimpando.

Outra situação que me entristesse é o das escolas de samba. Foram criadas por pessoas de comunidades carentes, principalmente negros. Mas agora mais se parece com um "balcão de negócios". Um bando de gente aproveitadora, que desfilam para se promover, às custas de componentes que ajudaram na fundação da agremiação e trabalham duramente o ano inteiro no barracão, confeccionando fantasias. Essa gente atualmente só desfilam se for empurrando carros alegóricos, uma pena!

O guerreiro que vai à guerra


Frei Davi comandando milhares de militantes em todo o Brasil em prol das cotas

Por Luiz Augusto

São Paulo, sábado ,12h30, o sol está escaldante chego a sede da Educafro, na rua Riachuelo,45, na região central de São Paulo. Logo sou recepcionado por um rapaz chamado Marcos, um universitário que faz faculdade de Ciências Jurídicas através de uma bolsa adquirida graças a ONG. Digo a ele que quero falar com o frei e ele me encaminha para falar com Eduardo Pereira diretor da Educafro que, me diz “O frei esta um pouco atarefado mas se quiser pode esperar.”Foi o que fiz durante 2 horas, nesse tempo conversei com várias pessoas, assisti a uma reunião de novos alunos, li informativos, revistas, jornais e um livro sobre jornalismo até que fui chamado por uma funcionária que me pediu pra segui-la a uma sala, e depois falou-me”Desce as escadas e pode entrar na sala em frente”. Fiz o que ela me falou e cheguei a um escritório no subsolo que continha estantes com livros, mesas com computadores, quadros e cartazes afros.

Um minuto depois frei Davi chega, com seus 1, 68 m ,usando óculos de grau, com barba grisalha vestindo uma calça jeans, camisa de manga longa listrada nas cores branca e bege, camiseta preta por baixo e com sua voz grave me diz”boa tarde meu rapaz”. Logo começamos a conversar.


Seu nome é Davi Raimundo dos Santos. Ele nasceu em 17 de julho de 1952, em Nanuque, Minas Gerais. È frade franciscano da Ordem dos Frades Menores(OFM)na Província da Imaculada Conceição do Brasil. Formado em Filosofia e Teologia pelo Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis, com especialização em Teologia Sistemática na Pontifícia Universidade Nossa Senhora da Assunção de São Paulo. Ele tem mestrado em Teologia Litúrgica com ênfase em Inculturação, pela mesma faculdade, cursou as duas ao mesmo tempo. Entre, cursos, seminários, congressos, dos mais variados temas, foram mais de 25 participações.

Sofreu muito preconceito nos tempos faculdade e disse.”Sofri racismo na sociedade como um todo, não diferente do que é normal” Hoje vive em São Paulo para comandar da sede da sua ONG. Teve por muitas vezes vontade de fazer mestrado e doutorado mas disse a si mesmo.”Enquanto a maioria do povo negro não tiver acesso a mínima graduação, e igualdade de ensino identicos as dos jovens brancos da classe média, eu não tenho direito de continuar os meus estudos.”

Depois de tomada tal decisão, começou uma luta intensa no movimento negro que já dura 37 anos. Sentindo a necessidade de oferecer mais perspectivas para jovens e adultos carentes fundou a Educafro (educação e cidadania para Afrodescedentes Carentes) na Baixada Fluminense, subúrbio carioca. Encontrou alguns problemas para dar continuidade ao projeto e disse.” As dificuldades que apareceram foram de infraestrutura e financeira. Começamos numa sala dentro de uma igreja, com cadeiras, uma lousa, professores e coordenadores voluntários da própria comunidade, que hoje já conta com 230 núcleos espalhados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Em virtude de sua vida na militância já percorreu mais de vinte países como: Israel, Peru, Equador Bolívia, Estados Unidos, Cuba entre outros. Mas a viajem que mais se orgulha é sua ida para Guatemala, onde conheceu alguns descendentes dos Garifunas. Grupo étnico formado pelos escravos africanos Arauaqui e por índios Caraíbas.

Gosta muito de fazer leituras de livros sobre historias modernas, produções cientificas, religiosos, sociologia e jornais diários. Mesmo tendo uma historia de vida interessante, não gosta da idéia de escrever uma biografia sobre sua vida. È considerado para algumas lideranças afrobrasileiras como a maior liderança negra da nação, mas não se considera como tal e diz”. Não me considero como uma referencia, a consequencia disso é, que sou muito procurado por causa desse fato. Eu acabo tendo essa fama, pela atividade que faço, mas o nosso trabalho é voltado a servir uma causa do ensino”.

Foi entrevistado por diversos veículos de comunicação como, jornais, revistas, emissoras de TVe rádio. Diariamente é chamado para ministrar palestras, frequentar lugares requintados em todo Brasil. Mas o seu maior prazer é estar de perto, coordenando a sua ONG e ver que pessoas de todas as etnias que participaram dos cursinhos da Educafro conseguiram realizar o sonho de fazer um curso superior através de muita luta e garra e diz”Não me arrependo de nada que fiz, luto por um Brasil mais plural no ensino”.conclui.