segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Foi sem querer querendo


 Por Luiz Augusto

A participante Franciele, do reality show BBB 2014, da rede Globo, em conversa com outros três colegas, fez um comentário no mínimo infeliz, mas "realista", que foi interpretado pelo participante Valter como preconceito racial. Veja a conversa:

— Tenho tudo de uma "negona". Tenho o samba e até o cheiro. Me deixa sem desodorante para você

Valter deu uma bronca na moça.
— Que isso? Isso é racismo. Está dizendo que negro tem cheiro ruim e branco não? Isso não existe. Soa como racismo.
Franciele se defendeu.
— Não. Nada disso. Eu falei de boa. Não vejo como racismo.
Valter continuou falando.
— Não, isso soou como racismo. Negro, branco, todos ficam com cheiro se não usarem desodorante.

Quando se faz um comentário com esses, sempre se tem um desculpa.
Nos dias atuais, dizer que não é racista é um discurso politicamente correto. Faz com que as pessoas fiquem com uma imagem positiva perante as outras. Já se tornou comum.
O que essa moça disse só reforça o que nós negros falamos a muitos anos: estereotipo de negro.
Muitas pessoas associaram a imagem do negro a banana, macaco, crime, favela, drogas, mendingancia, desemprego, feiura, analfabetismo, baixos salários, segundo plano, mau cheiro, cabelo ruim, escravidão entre outras coisas.
Em virtude de associar negros com adjetivos negativos, ouvimos comentários como esses.
Na minha opinião essa moça fez um comentário infeliz, porem "realista", pelo menos na cabeça de pessoas preconceituosas.
Ou seja, o diabo mora nos pequenos detalhes!

Fonte: Portal Geledés

Link: http://www.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-brasil/23497-franciele-faz-afirmativa-sobre-negros-e-leva-bronca-de-valter-isso-e-racismo

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Mais um trabalhador morto. Pior do que isso é o que pode vir a acontecer


 Por Luiz Augusto

O cinegrafista Santiago ìlidio de Andrade, 49 anos, alvejado por um rojão na cabeça, num  protesto realizado no centro do Rio de janeiro, contra o aumento do preço da passagem de ônibus, teve sua morte cerebral confirmada no inicio da tarde. O diagnóstico foi feito pela equipe de neurocirurgia do Hospital Souza Aguiar, onde o funcionário da Band Rio estava internado. A informação foi divulgada pela Secretária Municipal de Saúde(SMS) no inicio da tarde. 
O rapaz estava trabalhando, mostrando a verdade através de uma câmera de vídeo nas mãos e acontece uma tragédia dessas!
Agora governo vai querer tomar providencias porque morreu um cinegrafista de uma grande emissora de TV e a grande imprensa esta em cima do caso. Quantos profissionais de imprensa vão ter que morrer para o governo tomar alguma atitude?
Prenderam um rapaz que estava envolvido no episódio, com certeza o governo vai usa-lo, transforma-lo em bode expiatório e dizer que faz "justiça".

Mas agora eu pergunto: por que o governo não tem o mesmo interesse e coragem em solucionar casos em que estão envolvidos facções criminosas?
Acho que o problema é maior do que se imagina. Posso ser o maior dos pessimistas, posso estar enganado mas, acredito que se as autoridades começarem a prender esses "militantes" como resposta a série de protestos realizados no Brasil, dentro do sistema carcerário, onde facções criminosas, mandam e desmandam, as coisas vão ficar piores do que já estão.
Foi misturando esses dois tipos de presos (políticos e criminosos comuns), na prisão Candido Mendes, na Ilha Grande, no final da década de 1970 
que surgiu a primeira e uma das maiores facções criminosas do país: COMANDO VERMELHO(CV).
Seguindo o mesmo roteiro de transferências desastrosas, em 2001 os presos José Marcio Felício "Geleião" e César Augusto Roriz, o "Césinha", ambos do PRIMEIRO COMANDO DA CAPITAL(PCC), foram transferidos para a penitenciária carioca de Bangu 1. Lá os dois presos paulistas fizeram uma parceria entre as duas facções.

Ou seja, o governo tem que pensar bem em suas atitudes, pode tomar decisões achando que esta dando uma resposta à sociedade, quando na verdade esta só jogando combustível numa fogueira.
A copa do mundo esta chegando, mais protestos estão por acontecer. Será que o governo vai deixar morrer mais um trabalhador como o sr Santiago, em virtude de sua incompetência? 
Não só o governo, mas algumas pessoas estão pensando que tanto facções criminosas e os manifestantes denominados "black blocs" estão de passagem ou brincando: estão enganados!
Os black blocs é uma organização internacional, surgiram na Alemanha na década de 1980. Possuem histórico de violência, vandalismo, anarquismo e protestos há muito tempo.
Não estão blefando como  Estado pensa, igual fez o delegado da policia civil da cidade de São Paulo, Godofredo Bittencourt, na época chefe do Departamento de Investigações Contra o Crime Organizado(DEIC) que um ano depois da megarrebelião que atingiu 29 presídios paulistas no ano de 2001, chegou a declarar a falência do PCC. "Hoje o PCC é uma organização falida. Quebramos as pernas deles". Anos depois o que vimos foi bem diferente, ataques a agentes da lei e outras barbáries!

Como disse um membro do PCC preso num presidio, no interior paulista, flagrado em escutas telefônicas: "O crime unido só fortalece".
Na mesma linha de pensamento, em uma matéria revista Fórum, um black bloc declarou: "Fazemos o que os outros não têm coragem de fazer".

Diante desse panorama o que resta a nós "formiguinhas" trabalhadoras da classe operária, diante dos dublês de representantes do povo (políticos) fazer nesse Brasil atual as vésperas de uma Copa do Mundo?


Leitura

Links: Portal Terra http://noticias.terra.com.br/brasil/policia/faccoes-criminosas-do-rio-tiveram-origem-nos-presidios,d04970e46f6ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html 

Jornal Estadão http://topicos.estadao.com.br/comando-vermelho

Revista Época http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR51467-6014,00.html

Revista Veja http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/as-entranhas-do-crime


Fonte


Revista Fórum http://revistaforum.com.br/blog/2013/08/black-bloc-fazemos-o-que-os-outros-nao-tem-coragem-de-fazer/ 

Revista Época http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR74807-5856,00.html