sábado, 16 de janeiro de 2010

O Pasquim

FUNDAÇÃO

O Pasquim foi fundado no Rio de Janeiro, em 26 de julho de 1969, teve 1072 edições e terminou em, novembro de 1991. Nasceu de uma reunião entre o cartunista Jaguar e os jornalistas Tarso de Castro e Sérgio Cabral para substituir o jornal humorístico “A carapuça”, de Sergio Porto. Nomes como, Millor Fernades, Ziraldo, Carlos Prósperi, Claudius Ceccon, e Reginaldo José de Azevedo Fortuna faziam o grupo fixo que escreviam no jornal. Outros jornalistas e cartunistas colaboravam para a publicação como, Ruy Castro, Fausto Wolff, Carlos Leoman, Henfil, Sergio Augusto, Ivan Lessa e Paulo Francis.
O nome significa”jornal sujo, folheto injurioso, e o símbolo, o ratinho Sig (de Sigmund Freud), foram criado e desenhado por Jaguar, baseado na frase "...se Deus havia criado o sexo, Freud criou a sacanagem".


CAPA


A capa do jornal era uma destaque a parte. A frase”AOS AMIGOS TUDO; AOS INIMIGOS JUSTIÇAS" fez muito sucesso na publicação. Não tinha ninguem responsável por ela, todos colaboravam com suas idéias. Henfil, Jaguar, Fortuna, Millor e Ziraldo contribuía com suas charges, cartuns e ilustrações, a outra parte da turma com suas frases e vinhetas. A primeira capa do Pasquim teve como personagem o colunista e repórter fotográfo Ibrahim Sued. Algumas frases ficaram famosas, como a de dois comentaristas que transmitiram ao vivo, a chegada do homem a lua e se parabenizaram um ao outro. A turma do pasquim não perdoou e colocou na capa : O HOMEM CHEGOU À LUA. PROVADO: NÃO HÁ VIDA INTELIGENTE NA TELEVISÃO”. Outra capa que teve grande sucesso foi a dos paulistas. Os jornalistas ficaram sabendo que o jornal vendia bastante no Rio e pouco em São Paulo. Então para alavancar as vendas criaram uma a frase: TODO PAULISTA É BICHA”! Só que escrito, no meio, com letras bem pequenas: “que não gosta de mulher”. A repercussão foi grande, o jornal passou a vender mais, mas também até ameaças a redação recebeu, a assembléia legislativa e a Câmara dos deputados paulistas apresentaram protestos.
A proposta do jornal era falar do governo e tambem sobre drogas, sexo, comportamento, divórcio, feminismo e política. Fazer críticas sobre a realidade brasileira, problemas sócio econômicos, repressão, utilizando o humor e entrevistas com grandes músicos e também continha artigos.


Entrevistas


As entrevistas eram feitas sob a organização do crítico musical Tarik de Souza. Mais pareciam verdadeiros bate papos humorados e provocadores com astros da musica popular brasileira, entre eles, Lupicínio Rodrigues, Luiz Gonzaga, Waldick Soriano,Caetano Veloso, Chico Buarque, Maria Bethania, Raul Seixas, Martinho da Vila, Ângela Maria Roberto Carlos, Moreira . O entrevistado ficavam sentado em cadeiras numa mesa de botequim, junto a jornalistas e produtores como, Julio Hungria, Albino Pinheiro, Luiz Lobo, Caulos, Olga Savary, Silvio Lamenha, Miguel Paiva, Ziraldo, Jaguar entre outros. O sucesso das entrevistas aconteciam por não possuírem nenhum critério. Algumas perguntas era impertinentes e as personalidades reagiam com agressividade e humor. Mas o objetivo era protestar a favor da liberdade artística no Brasil, fazer com que musica e jornalismo convivessem lado a lado.

A prisão


Em novembro de 1970, por causa de uma sátira ao quadro Independência ou morte, de Pedro Américo, a redação inteira de O Pasquim foi presa, a detenção durou dois meses. Era uma pintura de Dom Pedro com um balão em cima dele, dizendo”Eu quero mocotó.”Durante o período, a publicação passou a ser mantida sob a editoria por de Millor Fernandes. Foi feito um verdadeiro mutirão para manter o jornal funcionando. Mais de 200 pessoas ajudaram na redação, nomes como, Jô Soares, Prudente de Morais Neto, Juarez Machado, Glauber Rocha, Rubem Braga, Antonio Callado, Sérgio Augusto, Odete Lara, Chico|Buarque, Luís Fernando Verissímo, Vinicius de Moraes, Danuza Leão entre outros. A intenção dos militares era que os leitores perdessem o interesse pelo jornal.

O Fim

Com a libertação dos presos, a censura apertou muito sobre o jornal, militares apareciam diariamente na redação para fiscalizar o trabalho dos profissionais. Após uma entrevista que foi feita, com uma socióloga americana, que repercutiu mal no governo. Depois disso a censura ficou mais rígida, era feita Brasília. Tinham que produzir o equivalente a três edições para encher um jornal. Quando acabou a censura prévia, começaram apreender as edições. Logo após essas episódios colocaram uma bomba no Pasquim, que não chegou a explodir. A partir desse momento, bancas de jornais que vendiam a publicação começaram a serem alvo de atentados a bomba. Com medo de serem futuras vítimas, outros pontos de venda passaram rejeitar a publicação, que começou a perder toda receita por que os anunciantes ficaram com medo. O Pasquim conseguiu sobreviver até a abertura política em 1985. Jaguar o único a permanecer da equipe original, se esforçou para que o tablóide continuasse ativo. A última edição foi publicada em 11 de novembro de 1991. Várias tentativas de relançar a publicação foram feitas como O Pasquim 21, mas sem êxito.


Jornais Alternativos

Os jornais alternativos surgiram em oposição ao regime militar e como alternativas diante da grande imprensa que se omitia ou apoiavam a ditadura. Após o golpe de 1964 se intensificou a criação de várias publicações pelo país. Todos eles nasceram e morreram nas décadas de 60 e 70. Eram chamados alternativos por não seguirem a linha editorial tradicional da imprensa nacional, por criticarem problemas sociais, a situação econômica e política do Brasil. Não se deixavam manipular por pressões do governo, mas ao mesmo tempo eram autênticos, contestadores e irreverentes.
O objetivo era lutar contra as injustiças, intolerâncias, formar uma identidade cultural, conscientizar a juventude e ter uma sociedade mais justa.
O pioneiro a fazer esse trabalho foi o,”Pif Paf” em 1964 e depois vieram muitos como, Bondinho, O sol, Ex, De Fato, Repórter, Opinião, Versus, Movimento, Correio da Lavoura, Coojornal, Boca do Inferno, Invasão, Binomio entre outros.
Geralmente o público desses jornais é formado por estudantes, trabalhadores pessoas que os usam como leitura complementar, já que são de publicações da grande mídia.
Todos esses jornais não passavam da terceira ou quarta edição, em virtude de precisarem de grande investimento financeiro e infraextrutura. Atualmente alguns são distribuídos gratuitamente.

Jornais

Opinião

Fundado em 1972, no Rio de Janeiro. De periodicidade mensal, como jornal estudantil da Escola José Brandão. Em dezembro de 1969 passou a circular de 10 em 10 dias. A tiragem era de 1.000 exemplares.






Versus

Fundado em Outubro de 1975, em São Paulo. Vendido inicialmente de mãos em mãos, o jornal chegou na ser distribuído nacionalmente, com tiragens de até 35 mil tiragens. Teve 34 numeros sendo extinto em outubro de 1979.





Movimento

Lançado em São Paulo em 7 de julho de 1975. Tinha como principal editor Raimundo Pereira. Teve como seus principais colaboradores Fernando Henrique Cardoso, Duarte Pereira, Chico Buarque entre outros. Foi extinto em 2 de junho de 1976.

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