sexta-feira, 1 de junho de 2012

SOFT POWER X HARD POWER



A prestigiada Brookings Institution, instituição de pesquisa sediada em Washington, acaba de divulgar balanço sobre a política externa de Barack Obama.

A instituição lembra que o presidente assumiu o cargo se comprometendo a recuperar o prestígio dos EUA no mundo, a dialogar com parceiros e adversários com respeito mútuo e a construir parcerias. A Brookings destaca, entretanto, que os maiores feitos de Obama não têm relação com esse soft power.

“Os maiores sucessos da política externa _a morte de Osama bin Laden e a de Anwar al-Awlaki [membro da Al Qaeda morto no Iêmen] e a queda de Muammar Gadafi_ basearam-se não no soft power, mas no hard power, exercido unilateralmente em dois dos três casos. Ademais, dois desses atos provavelmente violaram alguns elementos das leis internacionais. Isso não significa que o foco nos compromissos que assumiu tenha sido substituído, mas que de modo crescente foi equilibrado com ações militares manifestas ou encobertas, com diplomacia coercitiva e com o aprofundamento de compromissos de aliança.”

Para a Brookings, o próximo presidente, qualquer que seja seu partido, deverá apostar na continuidade da política externa, e não na ruptura do modelo.

A instituição advoga que o país aposte na diplomacia econômica para defender o livre comércio, que promova uma ordem internacional mais justa e estável e que intensifique os esforços para formar acordos multilaterais em que as potências emergentes assumam responsabilidades.

“Qualquer candidato terá de enfrentar uma série de desafios de política externa e têm espaço de manobra limitado para gerenciá-los. O crescimento da China e sua influência são um fato dado: a contenção rígida está em desacordo com a realidade dos EUA [...]. O esforço de Obama de balanceamento tem notas certas, e é difícil ver como qualquer presidente republicano pode diferir substancialmente da eventual posição de Obama sobre esse assunto. Brasil e Índia estão desempenhando um papel cada vez mais importante na ordem global, e os Estados Unidos precisam encontrar maneiras de engajá-los ou então arriscam alienar importantes atores regionais.”

E uma pequena explicação sobre os termos no título deste post:

Soft power: influência exercida pela diplomacia e pela cultura, entre outros meios

Hard power: poder exercido principalmente por meios econômicos e militares



Fonte:Texto de Verena Fornetti
Publicado no site www.folha.com em 29/05/2012

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